Pela terceira vez em oito dias, motoristas, cobradores e fiscais de ônibus do Grande Recife voltam a paralisar as atividades na manhã desta sexta-feira (29), das 4h às 8h. A decisão, tomada na tarde desta quinta-feira (28), em assembleia, tem como objetivo pressionar o TST (Tribunal Superior do Trabalho) a conceder 75% de reajuste no vale alimentação da categoria - conforme definiu o TRT-PE (Tribunal Regional do Trabalho) em julgamento de dissídio coletivo da categoria no dia 30 de julho.
Também havia sido determinado na ocasião o aumento salarial de 10%. A classe patronal havia oferecido 6% de aumento linear - salários e benefícios.
Em acatamento a recurso do Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Pernambuco), o presidente do TST, ministro Barros Levenhagen, suspendeu a decisão do TRT - determinando o reajuste de 6% - mas depois voltou atrás e o aumento salarial de 10% foi mantido.
A determinação não foi extensiva ao vale alimentação, que continua com 6% de reajuste. O TRT-PE havia determinado que ele subiria de R$ 171,00 para R$ 300,00.
O presidente do sindicato dos motoristas, Benílson Custódio, disse que a categoria não vai aceitar migalhas e continuará lutando para que prevaleça a total determinação do TRT-PE. O julgamento do dissídio coletivo no TST deve ocorrer em um prazo de 15 dias. Até então, ficam mantidos os pisos salariais com o reajuste de 10% - R$ 1.765,50 para motoristas, R$ 1.141,69 para fiscais e R$ 812,13 para os cobradores.
Os motoristas e cobradores fizeram três dias de greve no final de julho, encerrada com a determinação do TRT-PE de conceder as reivindicações pretendidas. Em meio ao embate judicial que se seguiu com a classe patronal, os motoristas e cobradores fizeram paralisações nos dias 22 e 26, entre 4h e 8h. O retorno à normalidade, nestes dias, só se efetivou muitas horas depois.