A rebelião de presos da PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel), que deixou ao menos cinco mortos, é reflexo dos problemas no sistema carcerário do Paraná, segundo o Sindarspen (Sindicato dos Agentes Penitenciários). A entidade reclama de falta de estrutura e diz que, no início do motim, apenas nove agentes estavam trabalhando no local para conter todos os presos.
Para o advogado do Sindarspen Jairo Ferreira Filho, a quantidade de rebeliões é reflexo da “má gestão” do Depen (Departamento de Execução Penal), departamento da Secretaria de Justiça, Cidadania e dos Direitos Humanos.
— O que aconteceu, na verdade, foi que o número de vagas no sistema carcerário foi aumentado na caneta, ou seja, nenhuma cela foi construída a mais, nenhum outro servidor foi contratado a mais. Isso acontece em todo o Estado.
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Ainda segundo o sindicato, foram pelo menos 20 rebeliões no Estado nos últimos oito meses. A secretaria de Justiça, no entanto, contesta o número e diz que o Paraná registrou 14 motins no período.
A rebelião na PEC durou mais de 45 horas e terminou por volta das 3h30 desta terça-feira (26). Entre os cinco mortos confirmados até o momento, dois foram decapitados. Segundo o diretor do Depen, Cezinando Paredes, esse número pode ser ainda maior, já que há corpos esquartejados na penitenciária.
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Jairo Ferreira Filho afirma que a solução seria investir em infraestrutura, como a construção de mais penitenciárias, celas e a contratação de mais profissionais. Ele comenta que falta infraestrutura e sobram presos.
— Cerca de 120 pessoas trabalham no PEC para 1.400 presos. Eles são divididos em três equipes, com 40 cada uma, em cada turno. Mas, se for considerar quem está de folga, de licença, de férias, o número cai bastante. E outra, eles estavam em desvio de função e distribuídos em vários cargos, administrativos, na cozinha, entre outros. Deveria ter mais celas e mais agentes.
De acordo com o advogado, o sindicato vai entrar na Justiça contra a secretária de Justiça e o Depen, sob o argumento de má gestão.
A PEC é a quinta maior unidade do Paraná, com capacidade para 1.116 presos. Segundo a secretaria, a lotação do presídio era de 1.036 detidos. Ainda de acordo com o órgão, 149 agentes penitenciários atuam no local.
*Com informações do estagiário Gilmar Junior