Ônibus caiu de uma altura de aproximadamente 400 metros
Reprodução/ Rede RecordUm dos oito sobreviventes do acidente com ônibus de turismo que deixou 51 mortos na maior tragédia rodoviária de Santa Catarina relatou, em entrevista à TV Record, que o veículo não tinha cintos de segurança e que, em determinado momento da viagem, ficou sem freios. A ocorrência foi registrada na rodovia SC-418, conhecida como Serra Dona Francisca. O coletivo caiu de uma ribanceira de aproximadamente 400 metros de altura.
De acordo com o jovem, que está internado e preferiu não se identificar, momentos antes do acidente, passageiros chegaram a pensar que o motorista havia dormido ao volante. O rapaz perdeu a mãe e a irmã na tragédia.
— Na descida da serra, vi que o motorista ultrapassou uma carreta. Aí, todo mundo achou que ele tinha dormido, porque ele passou a noite em claro arrumando o ônibus. Aí, um rapaz correu até a frente para ver se ele estava dormindo ou não. Ele não estava dormindo. Só fez sinal de que o freio estava falhando. Aí, o rapaz olhou e disse: “Não tem freio”. Minha mãe falou: “Filho, se agarra porque acabou o freio do ônibus”.
Peritos examinam os destroços do ônibus em busca de pistas sobre a causa do acidente. A hipótese de falha mecânica está entre as investigadas. A polícia também quer saber por que o veículo transportava um número de pessoas acima da capacidade permitida.
Tragédia causa comoção em cidade onde moravam vítimas de acidente
Das sete vítimas que estão internadas em hospitais de Joinville (SC), quatro estão em estado estável e outras três, em estado grave. Apenas uma criança de dois anos já recebeu alta.
O acidente aconteceu no final da tarde deste sábado (14). Os passageiros, a maioria de União da Vitória, no sul do Paraná, viajavam um evento religioso. Inicialmente, foi divulgado que o destino seria Guaratuba, no Paraná, mas a polícia apurou que a empresa de ônibus fraudou a documentação. O pedido de licenciamento foi feito como se a viagem fosse para a cidade paranaense, portanto, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) poderia autorizar. Na verdade, o destino final era Itapoá, em Santa Catarina, o que exigiria autorização da ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] por ser uma viagem interestadual.
O último corpo foi localizado neste domingo (15), após a remoção do ônibus.
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