O País registrou, em janeiro, 1.600.94 contratações com carteira assinada e 1.681.868 desligamentos
Marcos Santos/USP ImagensO Brasil fechou 81.774 vagas formais de trabalho em janeiro, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira (27), no pior resultado para o mês desde 2009. Pesquisa da Reuters feita com analistas mostrou que a mediana das expectativas era de fechamento de 20 mil empregos.
Em janeiro de 2009, o Brasil havia registrado fechamento de 101.748 postos. Em dezembro do ano passado, haviam sido fechados 555.508 postos com carteira assinada, sem ajustes.
O relatório, segundo o ministro Manoel Dias, mostra que há motivos para manter o otimismo com relação à geração de empregos no País em 2015.
— As políticas que temos desenvolvido, na área social, com programas como o Minha Casa, Minha Vida, como o Bolsa Família, elas não serão interrompidas. Os investimentos em infraestrutura não serão interrompidos e muitos dos investimentos previstos por empresas privadas não serão interrompidos. Isso vai continuar ajudando o País e gerando empregos.
Dias lembrou que, além disso, os ajustes que estão sendo feitos nas contas públicas também terão impacto positivo no País.
— Tenho que lembrar que o mundo não superou a crise iniciada em 2008. A OIT [Organização Internacional do Trabalho] fala que ainda serão necessárias 100 milhões de vagas para que o mundo volte a ter o mesmo número de empregados de antes da crise.
Dados
Os dados do Caged serão divulgados de forma completa às 15h desta sexta-feira (27), mas o Ministério do Trabalho e Emprego já adiantou alguns dados. Como o da indústria da transformação, que após oito meses perdendo vagas, voltou a contratar no mês de janeiro, acrescentando ao mercado 27.417 postos de trabalho.
Entre os destaques estão a indústria calçadista, com 7.554 novos empregos, mecânica, com 3.968, a têxtil, com 3.451 e a de borracha, com 3.292 empregos. Até a indústria de celulose, que perdeu 483 vagas, teve o melhor desempenho em três meses.
No geral, em janeiro, no Brasil, houve redução no número de vagas, mas em boa parte dos setores, há questões sazonais que explicam a situação. O País registrou no período 1.600.94 admissões e 1.681.868 desligamentos. O saldo ficou negativo em 81.774 postos de trabalho.
— Os setores que tradicionalmente fazem demissões nesse período, por questões como o fim do período de férias, foram os que mais perderam vagas.
O recuo do emprego no comércio, por exemplo, originou-se da redução no comércio varejista (-97.887 postos de trabalho ou -1,25%) e da relativa estabilidade no comércio atacadista (+ 87postos de trabalho ou +0,01%). Na área de serviços, houve perdas no setor de alimentação (bares, hotéis e restaurantes) e no de hospedagem.
No geral, a queda do emprego no setor de serviços foi de 7.141 postos ou -0,04%. Houve diminuição de postos de trabalho em dois dos seis segmentos, que o integram: serviços de transportes e comunicações (-9.995 postos ou -0,43%) e serviços de alojamento e alimentação (-7.270 postos ou -0,12%).
A área de serviços médicos e odontológicos teve desempenho positivo (+3.992 postos ou +0,21%), juntamente com a de serviços de comércio e administração de imóveis (+2.959 postos ou +0,06%), ensino (+2.038 postos ou +0,13%) e instituições financeiras (+1.135 postos ou +0,17%).