Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Brasil importa menos, mas paga mais pelas compras no 1º semestre, mostra FGV

Maiores saltos ocorreram nos preços das importações da indústria extrativa, com alta de 117,5% entre janeiro a junho de 2022

Economia|

Saldo da balança comercial foi positivo em US$ 34,3 bilhões no 1º trimestre
Saldo da balança comercial foi positivo em US$ 34,3 bilhões no 1º trimestre Saldo da balança comercial foi positivo em US$ 34,3 bilhões no 1º trimestre

O Brasil comprou menos produtos estrangeiros no primeiro semestre deste ano, mas pagou mais caro pelas aquisições feitas, segundo os dados do Icomex (Indicador de Comércio Exterior) divulgado nesta sexta-feira (15) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

Os maiores saltos ocorreram nos preços das importações da indústria extrativa, com alta de 117,5% de janeiro a junho de 2022 ante igual período de 2021, mas também houve aumentos no valor dos itens importados pela indústria de transformação (26%) e pela agropecuária (18%).

Em volume, a agropecuária importou 5% menos no primeiro semestre, enquanto a indústria de transformação comprou 2,6% menos no exterior. As importações das indústrias extrativas cresceram, mas em magnitude menor do que o preço: alta de 21,3% no primeiro semestre de 2022 ante o primeiro semestre de 2021. A FGV lembra que apenas três produtos explicam 93,2% do total das importações das indústrias extrativas: petróleo (34,2%), gás natural (30%) e carvão (29%).

Considerando todas as importações, houve um aumento de preços de 33,1% no primeiro semestre, mas queda de 1,9% no volume. Nas exportações, os preços subiram 20,2% no primeiro semestre, enquanto o volume cresceu apenas 0,2%.

Publicidade

A agropecuária exportou 5,3% menos, em volume, no primeiro semestre deste ano ante o primeiro semestre do ano passado, mas os preços subiram 39,9%. As extrativas exportaram 10,8% menos em volume, mas os preços aumentaram 5,5%. Na indústria de transformação, o volume exportado cresceu 8,1%, e os preços avançaram 21%.

"Em suma, a expansão do valor dos fluxos de comércio no primeiro semestre é atribuída ao crescimento dos preços, pois o volume ou esteve estável [exportações] ou recuou [importações]", apontou a FGV, em nota.

Publicidade

O saldo da balança comercial foi de US$ 8,8 bilhões em junho, US$ 1,6 bilhão a menos que em junho de 2021. No primeiro semestre de 2002, houve um superávit de US$ 34,3 bilhões, ante um desempenho de US$ 37 bilhões no primeiro semestre de 2021.

"Continua a queda do volume exportado para a China, o que levanta dúvidas sobre a futura trajetória das exportações brasileiras para esse país. Não antevemos uma trajetória de contínua desaceleração, se considerarmos os planos de investimentos da China. Outro destaque é o aumento do volume exportado para a Argentina, sinalizando que a crise no país ainda não atingiu os fluxos de comércio", apontou o relatório do Icomex.

Publicidade

De janeiro a junho, o volume exportado pelo Brasil para a China encolheu 14,0%. Houve aumento nas remessas enviadas para os demais parceiros: Argentina (12,4%), América do Sul (excluindo Argentina, 11,5%), União Europeia (10%), Estados Unidos (5,3%) e Ásia (excluindo China, 0,1%).

Quanto às importações, o Brasil aumentou o volume de compras da China (3,2%) e da Argentina (0,6%), mas reduziu as aquisições nos demais mercados: América do Sul (excluindo Argentina, -12,0%), União Europeia (-1,9%), Estados Unidos (-2,8%) e Ásia (excluindo China, -11,1%).

"O resultado para a China, o principal mercado de destino das exportações brasileiras, chama a atenção. A participação da China nas exportações, no primeiro semestre de 2021, era de 34,5% e caiu para 28,7%", ressaltou a FGV. "O anúncio de investimentos em infraestrutura poderá impulsionar as compras de minério de ferro, mas, para o petróleo, o efeito Rússia poderá diminuir as compras da China em relação a outros parceiros."

Quanto à Argentina, entre os principais produtos exportados pelo Brasil, foram destaques itens do setor automotivo, óleo combustível e máquinas elétricas. No entanto, o relatório da FGV não descarta uma eventual redução das exportações brasileiras para o país vizinho, "à medida que o crescimento econômico for revertido em função de possíveis medidas associadas à contenção da inflação ou pela crise cambial do país".

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.