Conar absolve sucos Do Bem e faz recomendação à Diletto por irregularidades em propaganda
Órgão investigava denúncia por publicidade enganosa em embalagens de produtos
Economia|Do R7
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária) absolveu a sucos Do Bem e fez recomendações à Diletto para readequar a publicidade em torno da história da origem da empresa. As empresas de suco e de sorvetes passaram por um processo ético após o órgão receber uma denúncia sobre as marcas estarem mentindo para seus clientes em suas propagandas. Os processos éticos foram abertos após o recebimento de denúncia sobre o caso.
De acordo com o órgão, não foram encontradas irregularidades na publicidade do Suco do Bem. À Diletto, o órgão recomendou a alteração da propaganda, de forma que fique explícito no material publicitário do anunciante que a história sobre a origem do sorvete é uma fantasia, assim devendo ser entendida pelo consumidor. Do caso cabe recurso.
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A empresa de picolés afirma em seu site e nas embalagens que Vittorio Scabin, avô do fundador da Diletto, criava, na Itália, sorvetes artesanais e, com a Segunda Guerra Mundial, teria vindo para o Brasil. Agora, o neto seguiria com a tradição familiar. O problema seria que o verdadeiro avô de Leandro Scabin era jardineiro e paisagista e jamais fabricou sorvetes.
Já a fabricante de sucos afirma em seu site que as laranjas “colhidas fresquinhas todos os dias vêm da fazenda do senhor Francesco do interior de São Paulo, um esconderijo tão secreto que nem o Capitão Nascimento poderia descobrir”. A realidade, no entanto, é outra. Segundo a reportagem da revista, quem fornece as frutas à Do Bem são "empresas como a Brasil Citrus, que vende o mesmo produto para as marcas próprias de supermercados"
Segundo o Conselho, essa é primeira vez que julgou casos envolvendo a técnica de storytelling, técnica publicitária que habilita à criação de histórias que criem empatia com o consumidor na comunicação de marcas.
Outra investigação continua
O departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça notificou as empresas Diletto (de picolés e sorvetes) e Do Bem (sucos) a prestarem esclarecimentos sobre as histórias que elas contam sobre as marcas — se condenadas, as companhias poderão ser multadas em até R$ 7,4 milhões.
A Justiça entrou no caso após o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) abrir processos éticos contra as duas empresas.
A investigação do Ministério da Justiça não está atrelada à investigação do Conar.
Posicionamentos
Absolvida pelo Conar, a Do Bem disse por meio de nota que “a empresa comprovou mediante documentos que suas histórias condizem com a realidade”.
— O suco de laranja integral Do Bem possui todos os registros aprovados pelos órgãos governamentais competentes, que atestam a qualidade e classificação integral do produto, sendo comercializado há seis anos.
A Diletto, por sua vez, informa que ainda não foi notificada oficialmente pelo órgão regulador da decisão e que, portanto, não pode se pronunciar a respeito, uma vez que o processo corre em sigilo.
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