A lei que ampliou os direitos dos trabalhadores domésticos (PEC das Domésticas) está aquecendo o mercado para as empresas especializadas em limpeza residencial.
De acordo com empresários, triplicou o número de clientes procurando o serviço de faxina delivery, e a quantidade de profissionais em busca de trabalho nessas agências cresceu cerca de 16%.
O serviço de diarista ou de mensalista terceirizado é uma saída para os patrões que não querem se preocupar com os encargos trabalhistas que aumentaram com a nova lei, mas essa comodidade vem com um custo.
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O serviço de uma diarista autônoma custa entre R$ 80 e R$ 100, em média, já a contratação dessas empresas variam de R$ 90 a R$ 150 por atendimento, mas é possível negociar descontos para os clientes que precisam de mais visitas por semana.
A analista financeira Cláudia Pereira, de 30 anos, é uma das clientes que aderiram ao serviço de faxina delivery. Nos últimos anos, ela teve três funcionárias mensalistas e duas delas entraram com processo na Justiça, mas a patroa ganhou as causas.
— Para não ter mais problemas trabalhistas, decidi contratar uma empresa e receber o atendimento com diarista. Meu marido fez os cálculos e se fossemos contratar os cinco dias da semana já valeria a pena contratar o serviço de uma empresa por causa dos encargos.
A empresária Janete Albuquerque, proprietária Lady Clean, conta que tinha 23 clientes antes da PEC das Domésticas e que, agora, esse número já ultrapassou os 45.
— Também tivemos que contratar mais funcionárias. No fim do ano passado eram dez, agora temos 19, e até o fim deste ano, devem ser pelo menos 50 trabalhadoras.
A diretora de expansão da House Shine, Lilian Esteves, afirma que empresa sempre oferece para o cliente uma equipe com duas profissionais.
— Tem franquia que em dois meses ampliou de uma equipe para quatro, ou seja uma contratação de oito profissionais. E a procura por trabalho aumentou em 16%. As trabalhadoras procuram mais segurança e condições de trabalho por meio de empresas.
Com esse aumento na demanda de clientes, as empresas passam a contratar mais e oferecem mais benefícios para as trabalhadoras. Além de todos os direitos de um profissional registrado, as funcionárias ganham, na maioria dos casos, prêmios por qualidade no serviço e contam com um seguro acidente e um seguro caso algum equipamento ou produto se quebre na casa do cliente.
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A funcionária da House Shine Maria do Rosário dos Santos Nascimento, de 26 anos, conta que já trabalhou em casa de família e dormia no emprego, mas que prefere o emprego atual, pelos direitos e benefícios.
— Eu trabalho em dupla e o salário aumenta conforme chegam mais clientes. Comecei em fevereiro com uma casa e, agora, atendo duas casas por dia. Acho que, mesmo com a nova lei, trabalhar em casa de família não seria tão bom como trabalhar em uma empresa.
Profissionalismo
A empresária Janete Albuquerque afirma que, tradicionalmente, os patrões contratam uma empregada mensalista, mas acabam agregando funções como cozinheira, passadeira e babá.
— Com a nova lei, isso diminui e o mercado se profissionaliza para que cada trabalhador desempenhe a sua função.
O sócio da empresa Maria Brasileira Carlos Alexandre Gomes diz que a PEC mudou a relação tradicional entre patrão e doméstica e houve o aumento da demanda muito por causa da desinformação.
— Notamos um aumento de pessoas querendo conhecer e testar o serviço e de profissionais querendo se candidatar, trabalhar com uma empresa em vez de diretamente em casa de família. Pessoas preferem a interferência de uma empresa para se responsabilizar pela parte trabalhista.
Serviço
Em geral, as empresas especializadas em limpeza residencial visitam o cliente e montam o cronograma e o orçamento de acordo com a necessidade de cada família.
As empresas ficam responsáveis por recrutar, selecionar, treinar e coordenar o trabalho das funcionárias. O cliente não precisa falar ou ensinar a profissional sobre o serviço que deve ser feito.