O dólar está se aproximando dos R$ 3, e para o economista Celso Grisi, presidente do Instituto Fractal, a moeda dos Estados Unidos pode chegar a R$ 3,50 com o cenário econômico atual do Brasil e dos EUA.
Segundo Grisi, a moeda americana já sofre uma alta pressão no mundo todo por causa da recuperação da economia dos EUA e da possível alta dos juros básicos daquele país. Além disso, pesa contra o Brasil a desaceleração da nossa economia.
—A incerteza tributária e política no Brasil também contribuem para criar um cenário de insegurança para o investidor externo e interno.
O economista lembra ainda que o BC (Banco Central) está com um controle menos rígido da cotação da moeda americana por meio das vendas futuras de dólar (as swaps cambiais).
Em fevereiro, com dólar a R$ 2,83, casas de câmbio já vendiam a moeda a R$ 3
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Para Grisi, o câmbio em até R$ 3,50 seria mais justo diante dessa situação e ajudaria os exportadores.
— A indústria nacional já apresentou recuperação por causa da substituição das importações. Isso ajuda também o emprego e a renda no setor industrial, que deve manter o patamar de renda.
Inflação
O principal prejudicado com as altas do dólar é o indicador de inflação. Mas, segundo Grisi, como a inflação oficial já está acima do teto da meta, o governo não parece ter muito interesse em controlar o dólar para frear a inflação.
O dólar enfrentou extrema volatilidade nos últimos dias e encerrou a semana com uma leve valorização de 0,44% após bater recordes e se aproximar de R$ 4,25. Nos últimos dois pregões, a moeda norte-americana despencou e voltou a ficar abaixo dos R$ 4