A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) avaliou que a demanda doméstica deverá se apresentar “relativamente robusta” neste semestre. O dumento foi divulgado nesta quinta-feira (5). O BC (Banco Central) afirma que principalmente o consumo das famílias será estimulado, no período, pelo crescimento da renda e expansão moderada do crédito.
Porém, o comitê afirmou que o frágil cenário internacional poderá impactar negativamente o consumo. A ata também mostrou a preocupação com o aumento geral de preços. O BC enfatizou que “taxas de inflação elevadas subtraem o poder de compra de salários e de transferências, com repercussões negativas sobre a confiança das famílias”.
Ainda de acordo com o órgão, [taxas de inflação altas] “reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como de geração de empregos e de renda”.
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A projeção do comitê para a inflação deste ano é que permaneça acima da meta de 4,5% fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), inflação oficial medida pelo IBGE, ficou em 6,27%. O indicador ficou acima do teto do governo, mas abaixo do limite que é de 6,5%.
Valorização do dólar frente ao real
O Banco Central também avaliou que a valorização do dólar frente ao real “refletem perspectivas de transição dos mercados financeiros internacionais na direção da normalidade, entre outras dimensões, em termos de liquidez e de taxas de juros”. Ainda de acordo com a ata do Copom, essa depreciação cambial serve de pressão inflacionária em prazos mais curtos, já que produtos importados e matérias-primas cotadas na moeda americana tendem a subir de preço. A perspectiva é que o câmbio permaneça em R$ 2,40.
Mercado de Trabalho
A ata também destaca que os aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade podem impactar negativamente a inflação e acarretar um acréscimo nos custos.