O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa (ICMPE) calculado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apresentou queda de 12,1% no último mês, passando de 43,15 pontos para 37,92 pontos na passagem de março para abril. Trata-se do patamar mais baixo verificado pelas duas instituições desde setembro do ano passado, quando o índice estava em 37,62 pontos.
O resultado, abaixo do nível neutro de 50 pontos, indica que a percepção desses empresários é pessimista. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais confiante está o micro e pequeno empresário consultado.
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A economia brasileira em recessão e o aprofundamento da crise política têm afetado o ambiente de negócios dos micro e pequenos varejistas e dos prestadores de serviços.
“Com o agravamento da crise política e econômica, houve uma piora generalizada na confiança dos empresários dos mais diversos ramos. O mesmo acontece com os consumidores, que acuados com a queda da renda e aumento do desemprego, retraem o consumo, reduzindo por consequência o faturamento das empresas. Para a reversão desse quadro, é preciso superar o impasse político com o encaminhamento de medidas que ataquem o problema fiscal, que é a raiz da crise econômica. Sem um fato novo capaz de reverter as expectativas dos consumidores e empresários, a tendência é que esse círculo vicioso se mantenha ainda por mais tempo”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Um em cada dez empresários diz que não tem mais dinheiro para investir
A percepção dos micro e pequenos empresários de como serão os próximos seis meses para a economia e para os seus negócios também foi analisada e apresentou um patamar modesto. Em abril, o Indicador de Expectativas caiu para 48,36 pontos frente aos 56,06 pontos verificados no mês de março. Como o indicador ficou abaixo do nível neutro de 50 pontos, significa que a maior parte dos empresários está pessimista com o ambiente de negócios no curto prazo. Os dois componentes que estruturam esse indicador apresentaram queda no último mês. A abertura focada nas expectativas para os negócios caiu de 62,19 para 55,12 pontos. Já as expectativas para a economia do país passaram de 49,92 pontos para 41,59. Em termos percentuais, somente 28,3% dos micro e pequenos empresários estão confiantes com o desempenho da economia, ao passo que 49,5% estão pessimistas.
Em se tratando exclusivamente do desempenho de seus negócios, 45,5% dos entrevistados disseram estar confiantes para os próximos seis meses, enquanto 28,1% demonstram pessimismo com o futuro das suas empresas. Dentre os que manifestam pessimismo, o que mais pesa é a convicção de que a economia não irá se recuperar, mencionada por 60,0% da amostra, seguido pelos que disseram não ter mais recursos para investir no negócio (10,2%). Considerando as expectativas sobre o faturamento da empresa nos próximos seis meses, 66,5% dos micro e pequenos empresários não têm perspectivas de que suas receitas cresçam.