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J&F acerta venda de sua participação na Alpargatas por R$ 3,5 bilhões

Venda é a 1ª realizada pelo conglomerado dos irmãos Batista desde o acordo com a Lava Jato

Economia|Do R7

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Fabricante dos chinelos Havaianas viu suas ações dispararem mais de 50% neste ano sob expectativas de uma venda
Fabricante dos chinelos Havaianas viu suas ações dispararem mais de 50% neste ano sob expectativas de uma venda

A J&F Investimentos, grupo dos irmãos Joesley e Wesley Batistas, concordou em vender sua participação controladora na fabricante de calçados Alpargatas por R$ 3,5 bilhões para veículos de investimento das mais proeminentes famílias de banqueiros do Brasil.

Sob os termos do acordo, a Cambuhy Investimentos, a Itaúsa e o fundo Brasil Warrant vão dividir a fatia controladora de 86% que a J&F detém na Alpargatas, de acordo com comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).


A esperada venda é a primeira feita pela J&F — holding da família Batista, controladores da JBS — desde um acordo de leniência com o MPF (Ministério Público Federal) em meio à uma investigação sobre corrupção da Operação Lava Jato.

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Os recursos serão utilizados para pagar a dívida da J&F e acelerar os pagamentos de uma multa de R$ 10,3 bilhões no âmbito da investigação. O valor da aquisição corresponde a R$ 14,25 por ação ordinária e R$ 11,40 por ação preferencial, informou a Alpargatas no documento enviado ao regulador.

A fabricante dos chinelos Havaianas viu suas ações dispararem mais de 50% neste ano sob expectativas de uma venda. A empresa também é proprietária de outras marcas, como a Osklen.


A Itaúsa concentra investimentos das famílias Villela e Setubal, que controlam o Itaú Unibanco, ao passo que a Cambuhy pertence à família Moreira Salles, também grande acionista do banco.

A Itaúsa informou separadamente que pagará metade desse montante, ou R$ 1,75 bilhão, para ficar com uma fatia de 27,12% do capital total da Alpargatas. A empresa pretende contratar dívida para realizar o investimento. O Banco Bradesco BBI assessorou a J&F no acordo, e o JPMorgan Chase trabalhou com o consórcio de compradores.


Segundo fontes com conhecimento da situação, os irmãos Joesley e Wesley Batista utilizarão os recursos obtidos pela J&F na transação para pagar um empréstimo de R$ 2,7 bilhões que contraíram, para financiar uma aquisição, junto à Caixa Econômica Federal.

O empréstimo está sob investigação do Tribunal de Conta da União para potenciais irregularidades. Os irmãos assinaram o acordo de leniência em maio após admitirem terem subornado quase 1.900 políticos para obter condições favoráveis de empréstimos para seus negócios.

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