Ministério da Fazenda está entre Joaquim Levy e Nelson Barbosa
Nomes são cogitados após recusa do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco
Economia|Do R7, com Cláudia Gonçalves, da TV Record
A presidente Dilma Rousseff vai escolher entre Nelson Barbosa — ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda — e Joaquim Levy — ex-chefe do Tesouro — como novo ministro da Fazenda. O anúncio seria feito nesta sexta-feira (21) pela mandatária, mas foi adiado.
Fontes do governo disseram à Rede Record que o mais cotado para a pasta é Barbosa. Ele é apontado como a segunda opção de Dilma, após o diretor-presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, recusar o convite para assumir o Ministério da Fazenda. Trabuco era o nome mais cotado porque tem boa aceitação no mercado financeiro.
Barbosa já atuou no primeiro escalão do governo, há pouco mais de um ano, como secretário-executivo da Fazenda. Em junho de 2013, ele deixou o ministério por falta de sintonia com o secretário do Tesouro, Arno Augustin, sobre a política econômica do País.
Apesar de Barbosa não ser considerado um nome ligado ao mercado, o que pesa a seu favor é a vontade pessoal de Dilma, com quem mantém um bom relacionamento. Se o nome de Nelson Barbosa se confirmar, a expectativa é de que Augustin deixe o Tesouro.
Bolsa dispara e dólar cai com especulações de equipe econômica
Joaquim Levy
Em uma sexta-feira marcada pelas especulações, o nome de Joaquim Levy também foi lembrado para o cargo, segundo disseram fontes do governo à agência de notícias Reuters.
Já para a Agência Estado, fontes disseram, na condição de anonimato, que Levy é o escolhido de Dilma para a Fazenda, enquanto Barbosa deve assumir o Ministério do Planejamento.
Apesar das especulações, certo mesmo é que Alexandre Tombini vai continuar como presidente do Banco Central. Os três — Tombini, Levy e Barbosa — irão compor o núcleo duro da equipe econômica.
Segundo uma fonte ligada ao Planalto, a presidente não anunciou hoje o nome do novo ministro da Fazenda para aguardar a votação da revisão da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), prevista para a próxima quarta-feira.
Perfis
Além de secretário executivo da Fazenda (segundo posto mais importante da pasta), Nelson Barbosa também ocupou a Secretaria de Acompanhamento Econômico, entre 2007 e 2008, e a Secretaria de Política Econômica entre 2008 e 2010.
Barbosa também foi presidente do Conselho do Banco do Brasil entre 2009 e 2013 e membro do Conselho de Administração da Vale. Suas experiências no governo incluem passagens pelo Banco Central, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Ph.D em Economia pela New School for Social Research, de Nova Iorque, atualmente Nelson Barbosa se dedica à vida acadêmica. Ele é professor da FGV-EESP (Fundação Getúlio Vargas - Escola de Economia de São Paulo) e do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Já Joaquim Levy é formado em Engenharia Naval, tem doutorado em Economia pela Universidade de Chicago e mestrado, também em Economia, pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Atualmente é diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos do Bradesco.
A escolha do ex-secretário do Tesouro Nacional sinalizaria que a presidente deve abrir mão de algumas ingerências na pasta. Isso porque Levy esteve no comando do Tesouro durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando Antonio Palocci era ministro da Fazenda, e comprou várias brigas com os petistas.
Esses desentendimentos do passado demonstram que Levy tem um perfil mais independente e que agiria com mais autonomia, sem aceitar muitas interferências. Postura diferente da de Guido Mantega, que deixa a Fazenda após oito anos à frente da pasta e sob uma enxurrada de críticas a respeito do comando da política econômica do País.
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