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Real digital liga sistema financeiro atual com o do futuro, diz diretor do Banco Central

A moeda 'virtual' vai operar entre finanças centralizadas e descentralizadas; o uso terá adaptação das regras tradicionais

Economia|Do R7, com Agência Estado

Regulamentação do real digital vai ser baseada em adaptações das normas atuais
Regulamentação do real digital vai ser baseada em adaptações das normas atuais Regulamentação do real digital vai ser baseada em adaptações das normas atuais

O diretor de Regulação do BC (Banco Central), Otávio Damaso, afirmou nesta quarta-feira (16) que o real digital, a moeda digital do Brasil, será a principal ligação entre o sistema financeiro atual e o que está sendo construído, que terá maior presença de operações financeiras descentralizadas. Para ele, o sistema financeiro do futuro vai ser algo no meio do caminho entre as finanças centralizadas atuais e as finanças descentralizadas, que funcionam sem intermediários.

A CBDC (do inglês Central Bank Digital Currency, moeda digital de banco central, em tradução livre) já é uma realidade na comunidade global de bancos centrais. Os países integrantes, que, juntos, representam quase a totalidade do PIB (produto interno bruto) mundial, estão estudando, explorando ou testando projetos e tecnologias para CBDC.

"O real digital é parte do novo sistema financeiro que está se construindo. O processo de tokenização [representação digital de ativos] é a última etapa de digitalização dos ativos", disse Damaso na abertura do encontro do Lift (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), iniciativa conjunta do Banco Central do Brasil e da Fenasbac (Federação Nacional de Associações de Servidores do Banco Central).

Para o diretor do BC, as vantagens do real digital são a redução de custos, a maior transparência nos processos e a possibilidade de extrair valor de ativos, tanto dos que já integram o sistema financeiro quanto dos que atualmente estão fora mas poderão entrar. 

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Ele destacou que o fomento à inovação faz parte da missão dessa autarquia federal, assim como a preservação de um sistema financeiro sólido e eficiente. "O importante para o BC é que todo o desenvolvimento e o produto final tenha integridade, que é o que vai dar credibilidade e trazer crescimento perene. No sistema financeiro, é preciso ter credibilidade e confiança, senão o produto provavelmente vai sumir. Buscamos incorporação de tecnologias, mas de forma íntegra e perene para o SFN [Sistema Financeiro Nacional]."

Damaso afirmou que, no desenvolvimento do real digital, a regulação é proativa, buscando entender o que é necessário adaptar das regras tradicionais. "O Lift provoca o BC a sair do quadrado de regulação tradicional para ir um pouco além", contou.

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Desafio

A fala do diretor do BC ocorreu em uma reunião do projeto especial "Lift challenge: o real digital", lançado em novembro de 2021 com o objetivo de avaliar casos de uso da moeda digital emitida pelo BC e sua viabilidade tecnológica. 

Entre 10 de janeiro e 11 de fevereiro deste ano, interessados em participar do desafio enviaram seus projetos para o laboratório. Foram recebidas 43 propostas, e o nome das nove selecionadas foram divulgados no início de março. A execução dos projetos teve início no dia 5 de setembro, e os trabalhos estão previstos para terminar em 3 de fevereiro de 2023.

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Os proponentes dos projetos selecionados participam de um fórum para acompanhamento e desenvolvimento dos trabalhos ao longo de todo o período do desafio. A expectativa do banco é já ter sistemas maduros ao fim desse processo, para que sejam realizados os testes da moeda digital em 2023 e que se mantenha a previsão de lançamento para 2024.

O real digital não é uma criptomoeda, mas uma representação digital das cédulas em papel que circulam na economia. Com ele, os bancos poderão '"tokenizar" os depósitos recebidos, o que permitirá aos clientes usar divisas digitais sem que precisem trocar os recursos que recebem ou mantêm nas contas por CBDC, que é um passivo direto da autoridade monetária.

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