Taxas de juros para famílias e empresas são as maiores em seis anos

As taxas de juros cobradas em operações de crédito tanto para os consumidores (pessoa física) como para as empresas (pessoa jurídica) subiram em outubro deste ano e são as maiores em seis anos, de acordo com um levantamento divulgado, nesta quinta-feira (12), pela Anefac (da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Segundo o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da associação, Miguel José Ribeiro de Oliveira, essas elevações estão relacionadas ao cenário econômico do País e ao índice de inadimplência maior.

Leia mais sobre Economia e ajuste suas contas

R7 Play: assista à Record onde e quando quiser

Oliveira explica que o cenário econômico envolve os índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e juros maiores, que juntos reduzem a renda das famílias.

— Além disso, o baixo crescimento econômico influencia diretamente nos índices de desemprego. Tudo isto somado e o fato de que as expectativas para 2015 e 2016 são igualmente negativas quanto a todos esses fatores, levam as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência.

Consumidores

Das seis linhas de crédito pesquisadas, todas tiveram suas taxas de juros elevadas no mês de outubro (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras).

A taxa de juros média geral para os consumidores apresentou uma elevação de 0,07 ponto percentual no mês (1,81 ponto percentual no ano) correspondente a uma elevação de 0,97% no mês (1,38% em 12 meses) passando a mesma de 7,23% ao mês (131,10% ao ano) em setembro de 2015 para 7,30% ao mês (132,91% ao ano) em outubro de 2015, sendo esta a maior taxa de juros desde abril de 2009.

Empresas

Das três linhas de crédito pesquisadas, todas foram elevadas no mês. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma elevação de 0,07 ponto percentual no mês (0,75 ponto percentual em 12 meses) correspondente a uma elevação de 0,97% no mês (1,20% em doze meses), passando a mesma de 4,12% ao mês (62,33% ao ano) em setembro de 2015 para 4,16% ao mês (63,08% ao ano) em outubro de 2015, sendo esta a maior taxa de juros desde abril de 2009.

Taxa de juros x Selic

Considerando todas as elevações da taxa básica de juros, a Selic, promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, houve neste período (março de 2013 a outubro de 2015) uma elevação da Selic de 7,00 pontos percentuais (elevação de 96,55%) de 7,25% ao ano em janeiro de 2013 para 14,25% ao ano em outubro de 2015.

Neste período, a taxa de juros média para consumidores apresentou uma elevação de 44,94 pontos percentuais (elevação de 51,09%) de 87,97% ao ano em março de 2013 para 132,91% ao ano em outubro de 2015.

Nas operações de crédito para empresas, houve uma elevação de 19,50 pontos percentuais (elevação de 44,75%) de 43,58% ao ano em março de 2013 para 63,08% ao ano em outubro de 2015.

Próximos meses

Oliveira afirma que, “tendo em vista o cenário econômico atual que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses”.