A taxa de matrícula na educação superior entre famílias de baixa renda no Brasil gira em torno de 9%, segundo estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) divulgado nesta quarta-feira (30). Os dados usados no levantamento são de 2014. Em 1998, apenas 1% dos mais pobres se matriculava no ensino superior. Já entre os 20% mais ricos, esse patamar é de 70%, ante 38% em 1998. Em vizinhos como o Chile, por exemplo, 30% dos mais pobres conseguem entrar em uma faculdade; e na Colômbia, 21%. O estudo destaca ainda o fato de apenas um em cada três jovens entre 18 e 23 anos estar matriculado em uma instituição de educação superior formal no Brasil. Os pesquisadores destacam que uma das barreiras é a insuficiente preparação do ensino médio. “Muitos alunos com títulos secundários não estão preparados desde o ponto de vista acadêmico para o próximo nível”, diz o documento. “Os alunos de níveis socioeconômicos baixos também podem ter informações insuficientes sobre os custos, oportunidades de financiamento e benefícios da educação superior”, acrescentam os pesquisadores.