Dentre todos os países da América Latina e Caribe, Cuba foi o único a cumprir os objetivos do Educação Para Todos (EPT), programa estabelecido em 2000 pela Unesco (órgão da ONU para educação e cultura) com seis metas globais a serem alcançadas até 2015.
O Relatório de Monitoramento Global de EPT 2015 foi lançado globalmente nesta quinta-feira (9), noite de quarta-feira (8) no Brasil, com um balanço dos países que cumpriram ou não as seis metas educacionais: educação e cuidados na primeira infância; educação primária universal; habilidades para jovens e adultos; alfabetização de adultos; igualdade de gênero na educação; qualidade da educação.
Segundo a Unesco, globalmente, um terço dos países alcançaram as seis metas.
Unesco recomenda abolir taxas de matrícula
Considerando apenas o principal dos seis objetivos, que é o acesso universal à educação primária, a Unesco informa que metade dos países do mundo e também metade dos latino-americanos conseguiram alcançar essa meta.
A diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, disse em nota que “o mundo tem feito um progresso enorme em direção à Educação para Todos”.
Ela alerta que, se fossem mantidas as tendências educacionais da década de 1990, haveria menos crianças hoje na escola. Para Irina, no entanto, é preciso montar estratégias para favorecer os mais pobres, em especial as meninas.
Para a Unesco, é preciso investir US$ 22 bilhões a mais todos os anos para garantir as metas globais de educação para 2030.
Acesso universal
Na América Latina e no Caribe, o relatório da Unesco destaca positivamente as “iniciativas bem sucedidas de transferência de renda” realizada por países como Brasil e Guatemala, que trouxe “progressos significativos na ampliação do acesso de pessoas pobres à educação”.
Já a nota negativa foi para Guiana e Paraguai, onde menos de 80% das crianças estão matriculadas na educação primária.
Segundo o documento, ainda há 3,7 milhões de crianças fora da escola na região. Em razão de conflitos internos, a Colômbia responde por 16% dessas crianças.
Globalmente, há 58 milhões de crianças fora das escolas, além de cerca de 100 milhões que não completarão a educação primária.
Educação de adultos
Uma das metas do EPT (Educação para Todos) era reduzir a taxa de analfabetismo entre adultos em 50%. Na América Latina e Caribe, no entanto, a redução alcançou apenas 26%.
Os países mais bem colocados nesse quesito são Peru, Suriname e Bolívia. Já Colômbia e Nicarágua estão longe da meta.
De acordo com a Unesco, 33 milhões de adultos da região não possuem habilidades mínimas para ler ou escrever.