Estudantes brasileiros participam de projeto aeroespacial inédito na América Latina
Alunos do IFSP integram o projeto Zeus-22, que deve lançar um foguete a partir de um balão estratosférico em setembro deste ano
Educação|Alex Gonçalves, do R7*
Estudantes do IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo) no campus São Carlos fazem parte do projeto Zeus-22, que deve lançar um foguete a partir de um balão estratosférico, projeto inédito na América Latina.
O lançamento do foguete está previsto para acontecer em 7 de setembro, no Dia da Independência do Brasil. Além de todo o desenvolvimento técnico e científico, o projeto visa validar o conceito de Rockoon — realizar o lançamento do foguete a partir de um balão a altitude de cerca de 30 quilômetros —, tendo como benefícios a economia de combustível e menos material para o lançamento.
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O idealizador do projeto e fundador do WallJobs (plataforma de vagas de trabalho para jovens) explica que o custo para a criação de um foguete convencional é muito elevado. "Quando pensei nesse projeto, foi justamente poder oferecer com custo menor a forma de envio dos satélites, por exemplo."
Em 2021, a WallJobs convidou o grupo Zenith Aerospace, um projeto extracurricular da EESC-USP (Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo) com foco na construção de satélites e sondas aeroespaciais. A Zenith, por sua vez, convidou o grupo Topus, projetos aeroespaciais, também da EESC, um grupo que projeta e constrói foguetes para participar de competições universitárias. E assim as equipes se uniram e formaram a Zeus-22.
A estudante Ana Luiza Poletto Loss é do curso de tecnologia em manutenção de aeronaves e integra a equipe Topus. "Faço toda a parte burocrática do projeto, cuido das documentações, confirmo se todos os procedimentos estão sendo seguidos e todo o andamento", explica.
Para a estudante, é muito gratificante fazer parte desse feito. "Fico lisonjeada de poder participar de um projeto inédito no Brasil pelo Topus. Esse desafio significa muito trabalho, conhecimentos novos, além de poder dividir essa jornada com outra excelente equipe", relata.
Segundo os jovens, dados e outros documentos relacionados ao projeto ficarão disponíveis para todos os interessados; além do mais será open-source, um código-fonte regido por uma licença específica para os usuários finais, que podem modificá-los e adaptá-los para diversos fins, visando criar uma comunidade desenvolvida em torno da iniciativa.
Os estudantes pedem ajuda com recursos financeiros para viabilizar as ações e também fomentar o desenvolvimento de projetos no setor aeroespacial nacional. Para colaborar e saber mais do Zeus-22 acesse a página disponível na internet ou no Instagram.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Karla Dunder