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Estudantes passam a noite em plenário da Assembleia em ato pela CPI da merenda

Grupo ocupou espaço na terça-feira e afirma que só sairá quando comissão for aberta

Educação|Do R7, com Agência Brasil

Principal plenário da Alesp foi ocupado no fim da tarde de terça
Principal plenário da Alesp foi ocupado no fim da tarde de terça Principal plenário da Alesp foi ocupado no fim da tarde de terça

Cerca de cem estudantes secundaristas que ocuparam a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) no final da tarde de terça-feira (3) passaram a noite no plenário Juscelino Kubitschek, o principal da casa, e continuam com o ato na manhã desta quarta-feira (4). O grupo pede a instalação de uma CPI para investigar a máfia da merenda no Estado. Até o momento, 23 deputados assinaram o pedido de abertura da CPI, nove a menos do que o necessário.

De acordo com informações da Alesp, após a ocupação do espaço, um grupo de parlamentares e o presidente da casa, deputado Fernando Capez, se reuniram com líderes do movimento, dentre eles, representantes da Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas), Upes (União Paulista de Estudantes Secundaristas) e UJS (União da Juventude Socialista).

Após o encontro com os estudantes, Capez — investigados pela máfia da merenda ligam o deputado a esquema de propina — concedeu entrevista coletiva e "voltou a afirmar que foi o primeiro a assinar o requerimento pela instalação de uma CPI na Assembleia para investigar o objeto da Operação Alba Branca, da Polícia Civil". 

O presidente "lamentou episódios de violência na invasão ao plenário, afirmando que houve uma policial militar ferida e um computador quebrado na ação dos manifestantes, mas que não permitirá a entrada de tropa de choque para a retirada dos jovens. Afirmou, entretanto, que vai determinar a Procuradoria da Assembleia que tome medidas judiciais a fim de promover a reintegração de posse para garantir o trabalho dos parlamentares nos próximos dias". Capez ainda se defendeu de acusações e disse que ter seu nome "ligado a essa questão da merenda é humilhante".

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Ainda de acordo com a casa, os estudantes quebraram computadores e discutiram com funcionários da Alesp. Henrique Domingues, 26 anos, presidente do diretorio central dos estudantes da Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo), falou ao R7 sobre a ocupação. Segundo ele, os estudantes estão apenas no plenário e não houve atos de vandalismo.

— No momento em que a gente ocupou, nós tomamos a tribuna e a parte de cima da mesa diretora. Nesse momento, alguns assessores tentaram nos jogar lá de cima e o pessoal se segurou nas coisas que estavam lá para não cair. Uma dessas coisas foi um monitor de um computador que acabou caindo no chão.

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Domingues declarou que o clima é tranquilo e que após encontro com Capez, provocações e intimidações de PMs que fazem a segurança do local diminuiram. Segundo o estudante, o grupo pretende permanecer na Alesp.

— Nosso ato é resistir aqui dentro e mobilizar outros setores e outros movimentos que tenham interesse em mais assistência estudantil.

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A entrada de água e comida para os estudantes está liberada, segundo Domingues. O grupo recebe doações e está utilizando os banheiros da casa.

A Alesp informou também que parlamentares da oposição como Carlos Giannazi (PSOL), José Zico Prado, Beth Sahão, Ana do Carmo, Marcia Lia, Luiz Fernando Teixeira e João Paulo Rillo (todos do PT) apoiaram a manifestação dos alunos. Rillo considerou que a ocupação foi conduzidada de forma "pacífica, respeitosa e democrática". Segundo ele, a ocupação é legítima e é importante ter uma mesa permanente de negociação entre os manifestantes e os parlamentares.

Etecs

Desde a tarde de quinta-feira (28), os alunos ocupam a sede do Centro Paula Souza, autarquia estadual responsável pela gestão das Etecs. Na terça-feira (3), os estudantes tomaram ao menos três unidades na capital paulista contra a falta de merenda.

As Etecs São Paulo (Etesp), no Bom Retiro, região central; Paulistano, no Jardim Paulistano, zona norte; e Professor Basilides de Godoy, na Vila Leopoldina, zona oeste, foram ocupadas por alunos e tiveram as aulas suspensas.

Uma audiência de conciliação foi entre o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e os estudantes foi marcada para esta quarta-feira (4).

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