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Estudantes reclamam de situação da merenda em SP e pedem investigação

Alunos de escolas estaduais foram à Alesp pedir instauração de CPI na terça-feira (1º)

Educação|Dinalva Fernandes, do R7

Estudantes secundaristas durante sessão plenária na Alesp
Estudantes secundaristas durante sessão plenária na Alesp Estudantes secundaristas durante sessão plenária na Alesp

Estudantes secundaristas estiveram na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), na tarde de terça-feira (1º), protestando a favor da instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Alunos das escolas estaduais reclamaram que falta merenda e, quando a recebem, o alimento é de má qualidade. Por isso pedem uma investigação sobre a redução no repasse de verba.

Durante a sessão, dois estudantes foram retirados do plenário após confusão com o deputado Coronel Telhada (PSDB). Renata Letícia, de 21 anos, e Douglas, de 19, foram enviados para o 36º Distrito Policial (Vila Mariana).

Lilith Passos, de 15 anos, estuda na Escola Estadual Maria José, localizada no centro de São Paulo. De acordo com a adolescente, costumavam servir almoço para os alunos, como macarrão e salada, mas passaram a oferecer a chamada merenda seca há algumas semanas.

— Agora, só dão bolacha de água e sal e Todynho.

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Fabio Silva, de 17, já terminou o ensino médio na Escola Estadual Deputado João Dória, no Itaim Paulista, zona leste da capital, e foi ao local dar apoio à causa.

— É importante frisar que a realidade da merenda é diferente nas escolas da periferia e nas de bairros mais centrais, como a Escola Fernão Dias [em Pinheiros, zona oeste]. Na minha, a merenda agora é de banana e suco.

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Luanda Tainá, de 15, é aluna do 2º ano do ensino médio na Escola Estadual Dona Ana Rosa de Araújo, na zona sul da capital. Ela afirmou que a qualidade da merenda piorou depois das ocupações nas escolas. A instituição onde ela estuda ficou ocupada por um mês e 15 dias.

— Durante a reposição das aulas, davam bolacha para gente e falavam que era porque não era ano letivo ainda. Mas, quando voltaram as aulas normais, a merenda continuou do mesmo jeito. Teve um dia que deram uma torta de atum para umas 400 pessoas.

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Os alunos ressaltaram que a merenda não é oferecida aos alunos do período noturno, assim como nas ETECs (Escolas Técnicas Estaduais). Raul Santos, de 16, estudante da ETEC Guaracy Silveira, na zona oeste, e Marcos Galegari, de 17, aluno da ETEC São Paulo, localizada na região central da cidade, não recebem merenda. Porém, foram à Alesp apoiar os demais.

Os estudantes Raul Santos, Marcos Galegari e Luanda Tainá
Os estudantes Raul Santos, Marcos Galegari e Luanda Tainá Os estudantes Raul Santos, Marcos Galegari e Luanda Tainá

Os estudantes também receberam apoio de alguns deputados durante o protesto. Carlos Giannazi (PSOL) criticou o governo estadual afirmando que foram fechadas 1.360 salas de aula e que a verba da merenda foi cortada. Ele relatou casos de escolas sem merenda em Franco da Rocha e Caieiras, na região metropolitana de São Paulo, e Batatais, no interior do Estado.

O deputado João Paulo Hillo (PT) comentou a retirada dos estudantes.

— O que aconteceu aqui foi uma cena grotesca.

O deputado João Marcelo (PSOL) também discursou na sessão e concordou com o colega.

— Bandalheira é roubar o dinheiro da merenda.

Todos os alunos ouvidos negaram fazer parte de algum movimento político e afirmam terem se organizado pelo Facebook. Os alunos não receberam nenhuma informação sobre a questão da CPI e prometem se organizar novamente.

Rompimento de contratos

A Secretaria Estadual de Educação negou que tenha diminuído repasse à merenda. Segundo a pasta, o valor teria tido um aumento de 10% e os problemas apontados por alunos são pontuais e a maioria foi resolvida. De acordo com a secretaria, em relação às reclamações dos estudantes, na escola Dona Ana Rosa de Araújo não há período noturno e a entrega das merendas nas outras unidades citadas está ocorrendo normalmente. 

A secretaria explicou, ainda, que o oferecimento da merenda acontece a partir de um acordo entre governos federal, estadual e municipal. O repasse por aluno é de R$ 0,30 (federal) e R$ 0,55 (estadual). Já o municipal, depende de cada prefeitura. Como algumas administrações municipais romperam o contrato com o governo, pode acontecer demora na contratação de novas merendeiras. Por isso, algumas escolas oferecem merenda seca, que não precisa de preparação e não estraga com facilidade.

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