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Educação

Ex-alunos da Gama Filho e da UniverCidade continuam sem documentos

A entrega já foi determinada pela Justiça do Rio de Janeiro, mas não está sendo cumprida

Educação|Da Agência Brasil

Os 10.800 estudantes, no entanto, continuam sem a documentação
Os 10.800 estudantes, no entanto, continuam sem a documentação

Os ex-alunos da Universidade Gama Filho e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) continuam sem receber os documentos, retidos nas instituições descredenciadas pelo MEC (Ministério da Educação) no início do ano. A entrega já foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, mas não está sendo cumprida.

As instituições tinham até o dia 28 de fevereiro para entregar os documentos sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Além disso, deveriam informar os locais de atendimento e os contatos. O prazo foi prorrogado para o dia 10 de março. Os 10.800 estudantes, no entanto, continuam sem a documentação.

A estudante de medicina Lívia Freitas Rodrigues afirma que não tem acesso a nuenum documento “nem previsão de entrega”.

— Não sei nem onde pegar esses documentos, não tem nenhum contato.


Novas instituições recebem queixas de ex-alunos da Gama Filho e da UniverCidade

Ela, que era coordenadora de Saúde do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da Universidade Gama Filho, acompanha de perto a situação dos demais estudantes.


— Aqueles que querem tentar a transferência para outras instituições que não fazem parte da transferência assistida ficam impedidos.

Por meio de editais, o MEC selecionou três instituições para receber os estudantes por transferência assistida: Universidade Estácio de Sá, Universidade Veiga de Almeida e Fatec (Faculdade de Tecnologia Senac Rio).


Com a falta dos documentos, a pasta autorizou as universidades selecionadas a aceitarem a documentação pessoal para fazer a matrícula dos estudantes.

Pelas estimativas da estudante de geografia Barbara de Almeida, que era coordenadora de Humanas do DCE da Gama Filho, 90% dos estudantes não têm a documentação oficial.

— Alguns estudantes da UniverCidade conseguiram os documentos, mas com informações incorretas e sem assinatura.

A falta dos documentos prejudica também quem não participou do processo de transferência assistida. O estudante Paulo Lucas Miguel cursou um semestre de engenharia de produção na UniverCidade.

No segundo semestre do ano passado, ele deixou a faculdade por causa das greves. O estudante, que cursou seis matérias, quer aproveitar uma delas na instituição em que estuda, mas não consegue pela falta de documentação.

— Nos locais onde deveria acontecer o atendimento, não tinha ninguém, colocaram apenas vigias.

A Agência Brasil não conseguiu contato com o Grupo Galileo, responsável pelas instituições descredenciadas. Por meio da assessoria, a Justiça do Rio de Janeiro disse que a multa de R$ 10 mil por dia está valendo e que os alunos podem entrar com ações individuais contra o Galileo.

O grupo enfrenta ainda outro processo. No dia 26 de março, foi publicada no Diário de Justiça do Rio de Janeiro uma intimação para que o Galileo Administração de Recursos Educacionais desocupasse o campus Piedade da Gama Filho, no prazo de 15 dias, “por falta de pagamento”.

No dia 9 de maio, uma nova decisão ante “a ausência de resposta da parte demandada”, foi determinada a expedição de mandado de despejo. O campus compreende 33 imóveis.

O Grupo Galileu, segundo a Justiça do Rio, tem o prazo de dez dias corridos para entrar com recurso, até o dia 19. Até a sexta-feira (16), de acordo com a assessoria de imprensa, nenhum recurso foi apresentado.

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