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Educação
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Gratuito e sem "Enem", ensino da Finlândia é o melhor do mundo. Entenda o porquê

País da Escandinávia tem os melhores índices educacionais há anos e ocupa o topo do principal ranking do mundo, com um sistema que usa apenas 6% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Brasil é o 53º colocado

Educação|Do R7

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O Brasil é o 53º colocado no Pisa, ranking que mede o sistema educacional elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A Finlândia, país localizado na fria península escandinava, lidera a pesquisa e outras avaliações internacionais há quatro anos. Em visita ao colégio paulistano Rio Branco na última quinta-feira (23), a diretora do Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, Jaana Palojärvi, falou ao R7 como o país chegou em um sistema que funciona com autonomia (sem controle do governo central), equidade, inovação, gratuidade e sem grandes gastos, avaliações nacionais ou greve de professores por conta de salários. Confira Felippe Constâncio, do R7
A educação finlandesa tem sido referência em qualidade de ensino e inovação nas práticas educacionais há anos, conforme mostram os quatro últimos rankings do Pisa, feitos a cada três anos. A diretora ministerial Jaana conta que a liderança do país nas avaliações internacionais de órgãos mundiais e consultorias globais está ligada à história do país, principalmente à década de 1970, quando o país passou por profundas transformações na política e administração pública. A partir daquele momento, Estado e Igreja concordaram que só poderia casar-se quem soubesse ler e escrever, por exemplo. A fórmula da educação de qualidade, contudo, não está nos acordos políticos, segundo Jaana. — É uma questão de prioridades e de organização. A prioridade, no caso finlandês, foi o acesso à educação. Segundo membros ministeriais da Finlândia, a sociedade se organizou para selecionar os políticos que implementariam as propostas desejadas para a educação. Como consequência, a educação tornou-se de graça e um direito de todos
Em segundo lugar, os finlandeses priorizaram uma pedagogia que motivasse as crianças e cidadãos a aprenderem. — Não esperamos que elas (crianças) aprendam a ler e a escrever antes dos sete ou oito anos. Nem queremos isso. Esperamos e queremos que elas sejam crianças antes de se tornarem estudantes. A criança tem passos a serem dados em sua capacidade de entendimento, para então preparar o terreno de aprendizado dos sinais. Não criamos um sistema de imposições. O Estado, aliás, dá autonomia às escolas e deixa a administração nas mãos dos municípios. Segundo dados do governo do país, apenas 2% dos alunos finlandeses repetem de ano e 99,7% concluem o ensino médio, o que coloca o país no topo das evasões escolares mais baixas do mundo
Ao contrário do Brasil, o sistema de ensino finlandês não está sob controle do governo central. — Devido às dimensões territoriais não temos um sistema com administração estadual. A relação é entre Estado e municípios. Damos autonomia e suporte a eles, ajudamos na implementação de métodos, supervisionamos diretrizes e acompanhamos a distribuição do material didático. Jaana conta que, apesar de o país não intervir no andamento do ensino, a diferença entre a qualidade de ensino entre as escolas é a menor do mundo
O governo central tampouco estabelece um padrão curricular para as mais de três mil escolas do país. Aos mais de 55 mil alunos da rede de ensino público, os educadores quem criam as aulas e os assuntos a serem trabalhados. Além disso, não há prova nacional para medir a qualidade de ensino. — Não acreditamos em provas e grandes testes nacionais. Acreditamos que vale mais à pena direcionar esforços à aprendizagem e melhora do ensino a que encarregar o aluno de "sobreviver" a uma prova. Em países como Inglaterra, por exemplo, o nível de estresse em crianças leva ao vício em energéticos e cigarros
O país também valoriza o profissional do ensino como um todo. Um iniciante na carreira, por exemplo, tem um salário em torno dos três mil euros, conta Jaana. — E também não há grande diferença entre salários. O quanto ganha um professor do ensino fundamental e superior não varia muito. Não há salário mais alto por causa do nível acadêmico do professor. Mas para dar aula em uma classe finlandesa, no entanto, é preciso estudar muito. No sistema, um educador precisa ser graduado, pós ou mestrado e treinamento. Não há bônus de salários
Outra prioridade da "melhor educação do mundo" foi, também, o trabalho em grupo. Educadores e governo estão constantemente em contato para aprimorar o sistema de ensino. Para se ter ideia, o nome completo do Ministério da Educação e Cultura é: Ministério da Educação, Cultura, Ciências e Esportes. — Não temos um ministro. Temos sempre ao menos mais duas pessoas à frente de um ministério na Finlândia. Demos departamento que se unem na resolução de problemas. Uma quadra em uma universidade é tema educacional e esportivo, por exemplo
Para o ministério, o sistema de ensino não é caro. De acordo com Jaana, a educação oferecida na Finlândia consumo pouco menos de 6% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. — O modelo educacional é positivo. Não está ligado ao volume de gastos. Se estivesse, os Estados Unidos teriam o melhor sistema de ensino
A Finlândia também é conhecida como uma das principais referências do mundo em inovação, fator que está ligado à geração de conhecimento nas universidades e centros de pesquisas. No país, o governo financia grupos acadêmicos para mapear problemas nas áreas de saúde, educação, indústria, meio ambiente e outros. Em seguida, esses grupos entram em contato também com o setor privado para acelerar a aplicação das ideias. As técnicas e tecnologias, quando vendidas, pagam com sobra o dinheiro investido na primeira etapa do processo, no qual o governo financia pesquisas. No parlamento, existe um conselho de inovação e pesquisa para acelerar a inovação no país 

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O Brasil é o 53º colocado no Pisa, ranking que mede o sistema educacional elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A Finlândia, país localizado na fria península escandinava, lidera a pesquisa e outras avaliações internacionais há quatro anos. Em visita ao colégio paulistano Rio Branco na última quinta-feira (23), a diretora do Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, Jaana Palojärvi, falou ao R7 como o país chegou em um sistema que funciona com autonomia (sem controle do governo central), equidade, inovação, gratuidade e sem grandes gastos, avaliações nacionais ou greve de professores por conta de salários. Confira Felippe Constâncio, do R7
A educação finlandesa tem sido referência em qualidade de ensino e inovação nas práticas educacionais há anos, conforme mostram os quatro últimos rankings do Pisa, feitos a cada três anos. A diretora ministerial Jaana conta que a liderança do país nas avaliações internacionais de órgãos mundiais e consultorias globais está ligada à história do país, principalmente à década de 1970, quando o país passou por profundas transformações na política e administração pública. A partir daquele momento, Estado e Igreja concordaram que só poderia casar-se quem soubesse ler e escrever, por exemplo. A fórmula da educação de qualidade, contudo, não está nos acordos políticos, segundo Jaana. — É uma questão de prioridades e de organização. A prioridade, no caso finlandês, foi o acesso à educação. Segundo membros ministeriais da Finlândia, a sociedade se organizou para selecionar os políticos que implementariam as propostas desejadas para a educação. Como consequência, a educação tornou-se de graça e um direito de todos
Em segundo lugar, os finlandeses priorizaram uma pedagogia que motivasse as crianças e cidadãos a aprenderem. — Não esperamos que elas (crianças) aprendam a ler e a escrever antes dos sete ou oito anos. Nem queremos isso. Esperamos e queremos que elas sejam crianças antes de se tornarem estudantes. A criança tem passos a serem dados em sua capacidade de entendimento, para então preparar o terreno de aprendizado dos sinais. Não criamos um sistema de imposições. O Estado, aliás, dá autonomia às escolas e deixa a administração nas mãos dos municípios. Segundo dados do governo do país, apenas 2% dos alunos finlandeses repetem de ano e 99,7% concluem o ensino médio, o que coloca o país no topo das evasões escolares mais baixas do mundo
Ao contrário do Brasil, o sistema de ensino finlandês não está sob controle do governo central. — Devido às dimensões territoriais não temos um sistema com administração estadual. A relação é entre Estado e municípios. Damos autonomia e suporte a eles, ajudamos na implementação de métodos, supervisionamos diretrizes e acompanhamos a distribuição do material didático. Jaana conta que, apesar de o país não intervir no andamento do ensino, a diferença entre a qualidade de ensino entre as escolas é a menor do mundo
O governo central tampouco estabelece um padrão curricular para as mais de três mil escolas do país. Aos mais de 55 mil alunos da rede de ensino público, os educadores quem criam as aulas e os assuntos a serem trabalhados. Além disso, não há prova nacional para medir a qualidade de ensino. — Não acreditamos em provas e grandes testes nacionais. Acreditamos que vale mais à pena direcionar esforços à aprendizagem e melhora do ensino a que encarregar o aluno de "sobreviver" a uma prova. Em países como Inglaterra, por exemplo, o nível de estresse em crianças leva ao vício em energéticos e cigarros
O país também valoriza o profissional do ensino como um todo. Um iniciante na carreira, por exemplo, tem um salário em torno dos três mil euros, conta Jaana. — E também não há grande diferença entre salários. O quanto ganha um professor do ensino fundamental e superior não varia muito. Não há salário mais alto por causa do nível acadêmico do professor. Mas para dar aula em uma classe finlandesa, no entanto, é preciso estudar muito. No sistema, um educador precisa ser graduado, pós ou mestrado e treinamento. Não há bônus de salários
Outra prioridade da "melhor educação do mundo" foi, também, o trabalho em grupo. Educadores e governo estão constantemente em contato para aprimorar o sistema de ensino. Para se ter ideia, o nome completo do Ministério da Educação e Cultura é: Ministério da Educação, Cultura, Ciências e Esportes. — Não temos um ministro. Temos sempre ao menos mais duas pessoas à frente de um ministério na Finlândia. Demos departamento que se unem na resolução de problemas. Uma quadra em uma universidade é tema educacional e esportivo, por exemplo
Para o ministério, o sistema de ensino não é caro. De acordo com Jaana, a educação oferecida na Finlândia consumo pouco menos de 6% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. — O modelo educacional é positivo. Não está ligado ao volume de gastos. Se estivesse, os Estados Unidos teriam o melhor sistema de ensino
A Finlândia também é conhecida como uma das principais referências do mundo em inovação, fator que está ligado à geração de conhecimento nas universidades e centros de pesquisas. No país, o governo financia grupos acadêmicos para mapear problemas nas áreas de saúde, educação, indústria, meio ambiente e outros. Em seguida, esses grupos entram em contato também com o setor privado para acelerar a aplicação das ideias. As técnicas e tecnologias, quando vendidas, pagam com sobra o dinheiro investido na primeira etapa do processo, no qual o governo financia pesquisas. No parlamento, existe um conselho de inovação e pesquisa para acelerar a inovação no país 

O Brasil é o 53º colocado no Pisa, ranking que mede o sistema educacional elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A Finlândia, país localizado na fria península escandinava, lidera a pesquisa e outras avaliações...

O Brasil é o 53º colocado no Pisa, ranking que mede o sistema educacional elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A Finlândia, país localizado na fria península escandinava, lidera a pesquisa e outras avaliações internacionais há quatro anos. Em visita ao colégio paulistano Rio Branco na última quinta-feira (23), a diretora do Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, Jaana Palojärvi, falou ao R7 como o país chegou em um sistema que funciona com autonomia (sem controle do governo central), equidade, inovação, gratuidade e sem grandes gastos, avaliações nacionais ou greve de professores por conta de salários. Confira Felippe Constâncio, do R7

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