Matemática financeira nas escolas pode contribuir para crescimento do PIB brasileiro, avalia Banco Mundial
Relatório do órgão teve por base resultados de experiência brasileira
Educação|Do R7
Com base em uma experiência brasileira, o Banco Mundial elaborou um relatório sobre a inserção da matemática financeira no currículo da educação básica. Segundo o órgão, os resultados conseguidos a partir da introdução desse tema no currículo podem contribuir para o crescimento de 1% do PIB do Brasil. A eficiência pedagógica do assunto é fator de discordância entre educadores.
A conclusão do Banco Mundial está prevista no relatório The Impact of High School Financial Education – Experimental Evidence From Brasil (O impacto da Educação Financeira no Ensino Médio – a Experiência do Brasil, em tradução livre), que tem como base um projeto-piloto de ensino de matemática financeira nas escolas elaborado pela Secretaria de Educação Básica do MEC (Ministério da Educação).
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Em 2010 e 2011, o órgão apoiou e financiou um time de especialistas em educação, psicologia e sociologia, para elaborar um material sobre o tema, abrangendo noves assuntos: vida familiar cotidiana, vida social, bens pessoais, trabalho, empreendedorismo, grandes projetos, bens públicos, economia do país e economia do mundo.
O projeto, intitulado Educação Financeira nas Escolas, foi testado em 891 escolas públicas do Tocantins, Rio de Janeiro, de Minas Gerais, São Paulo, do Ceará e Distrito Federal. Participaram aproximadamente 27.000 estudantes e 1.800 professores, segundo dados da AEF-Brasil.
A partir da iniciativa, a intenção é de que, até o fim de 2015, 2.962 escolas públicas de ensino médio do País tenham acesso à formação em matemática financeira.
Cálculos simples
Atualmente, o Brasil ocupa a 38ª colocação entre os 44 países avaliados pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). A média dos alunos brasileiros avaliados em matemática é de 428 pontos, frente à média de 562 pontos dos estudantes de Cingapura, líder da lista, avaliados na mesma disciplina.
O cenário mostra que alunos brasileiros estão abaixo do esperado no que diz respeito à resolução de problemas matemáticos simples aplicados à vida real.
Por meio dos resultados da experiência brasileira promovida pelo MEC, analistas do Banco Mundial constataram o aumento de 1% do nível de poupança dos jovens que passaram pelo programa. Também perceberam que 21% a mais dos alunos passaram a fazer uma lista dos gastos todos os meses e 4% a mais passaram a negociar preços e meios de pagamento ao realizarem uma compra.
As famílias também foram beneficiadas. Ao estarem presentes nas lições de casa, temas como orçamento, planejamento e taxas bancárias se tornaram mais frequentes nas conversas em casa.
Os dados serão apresentados em detalhes durante o seminário “Educação Financeira nas Escolas: Tudo a Ver”, previsto para ocorrer em São Paulo. O evento faz parte da Semana da Educação Financeira que começa nesta segunda-feira (5) no Rio de Janeiro e terá eventos em diversas cidades do País até o próximo dia 9.