Após conseguir reverter a decisão judicial que determinava que a reintegração de posse do prédio do Centro Paula Souza, no centro de São Paulo, ocupado por estudantes há mais de uma semana, só poderia ocorrer com a presença do Secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, além de impedir o uso de arma letal ou não letal da polícia, a retirada dos estudantes ocorre nesta sexta-feira (6).
Por volta das 6h, já havia movimentação e presença da Polícia Militar no local. Todo o quarteirão do prédio foi isolado e um pouco antes das 7h PMs entraram no prédio e começaram a retirada dos estudantes. Policiais da Força Tática também foram para a região.
Ao menos um fotógrafo ficou ferido na ação. Segundo o profissional, ele foi atingido por um golpe de cassetete no rosto no momento em que os policiais entraram no prédio.
Informações iniciais indicam que nenhum estudante se feriu e a saída dos jovens foi pacífica. Após deixarem o prédio, os estudantes saíram em passeata pela região.
Nesta quinta-feira (5), o desembargador Rubens Rihil, da 1° Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça, afirmou que "fica o comandante da operação responsável pelo cumprimento da medida. Caberá exclusivamente a ele analisar a conveniência ou não do uso da força e dos recursos necessários". Rihil atenta ao fato de que "deve preservar o patrimônio e a integridade física dos envolvidos".
O relator concluiu que "para se evitar atraso do cumprimento da medida, bem como para impedir que novas intercorrências surjam, a presente decisão servirá de mandado para cumprimento imediato e direto, independente da intermediação da Central de Mandados".
Estudantes afirmam que vão resistir à reintegração de posse do Centro Paula Souza
A decisão derruba as exigências feitas pelo juiz Luis Manuel Fonseca Pires, na tarde de quarta-feira. O juiz havia determinado que cinco pontos deveriam ser cumpridos em caso de reintegração do espaço: a presença de um oficial de justiça, um representante do Conselho Tutelar, uma cópia da decisão de reintegração da 14ª vara, a vedação do uso de arma letal e não letal, além da presença do secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, no local.