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Professores brasileiros gastam 20% do tempo de aula para colocar ordem na sala

Constatação faz parte da Pesquisa Internacional sobre Ensino realizada pela OCDE e pelo Inep 

Educação|Do R7

A pesquisa foi realizada em 2013 em 34 países
A pesquisa foi realizada em 2013 em 34 países A pesquisa foi realizada em 2013 em 34 países

Os professores brasileiros estão entre os que passam o maior número de horas por semana ensinando. São 25 horas semanais, seis horas a mais do que a média dos países pesquisados. Eles relatam investir 20% do tempo de aula na manutenção da ordem em sala.

As constatações aparecem nos resultados da Talis (Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem).

Realizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e coordenado no Brasil pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), o estudo teve os seus resultados apresentados nesta quarta-feira (25) na França. 

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A pesquisa foi realizada em 2013 em 34 países. Mais de 106 mil professores responderam aos questionários. No Brasil, a amostra foi composta por 14.291 professores e 1.057 diretores de 1.070 escolas.

Em contraste com os ados do Brasil está o fato de que, em média, nos países da Talis, os professores utilizam 13% da aula para organizar a turma.

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Apesar do cenário, segundo o estudo, 86,9% dos docentes brasileiros dizem estar, de modo geral, satisfeitos com o trabalho. Apenas 13,5% se dizem arrependidos da opção pelo magistério.

Perfil

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Segundo a Talis, o professor típico brasileiro é mulher (71%), tem 39 anos de idade e 14 de experiência no magistério, em média. Nos outros países, as mulheres também são maioria nas escolas (68%), têm 43 anos de idade e 16 de experiência. Elas também são maioria em cargos de direção no Brasil (75%). Nos outros países, esse percentual é de 49%.

A maior parte dos professores entrevistados participou de algum programa de desenvolvimento profissional nos 12 meses anteriores à pesquisa.

A pesquisa mostra que, no Brasil, 94% dos professores dos anos finais do ensino fundamental concluíram a educação superior.

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Além disso, os docentes do País relatam ter participação um pouco menor do que a média em atividades de desenvolvimento profissional, como cursos e oficinas (66%), conferências e seminários (39%), visitas e observações a outras escolas (12%) e rede de trabalho de professores (26%).

Necessidades e valorização

O estudo também aponta que 60% dos professores brasileiros declararam ter grande necessidade de desenvolvimento profissional na área de ensino para alunos com necessidades específicas. Esse é o maior percentual entre os países participantes da pesquisa.

Apenas 18,4% dos professores brasileiros concordam que os professores com melhor desempenho em sua escola recebem maior reconhecimento.

A pesquisa pediu também opinião sobre a valorização da profissão, desempenho escolar, escolha pela profissão docente, avaliações nacionais e o índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb).

Para Chico Soares, presidente do Inep, comparar as condições de trabalho e opiniões dos professores brasileiros com outros países é importante.

— Esses dados serão incorporados aos dados do Censo Escolar e das avaliações nacionais para que o Inep possa criar quadros ainda mais descritivos da situação educacional brasileira.

Talis

Segundo o MEC (Ministério da Educação), o objetivo da Pesquisa Internacional sobre o Ensino e Aprendizagem (Teaching and Learning International Survey) é comparar internacionalmente a opinião de professores e diretores sobre o ensino em seus países.

São contrastadas opiniões sobre desenvolvimento profissional, crenças e práticas de ensino, apreciação do trabalho dos professores, feedback e reconhecimento do trabalho, além de questões acerca de liderança, gestão e ambiente de trabalho.

A partir dos resultados, a intenção é fornecer informações válidas, oportunas e comparáveis do ponto de vista dos profissionais nas escolas para ajudar os países a revisar e a definir políticas para o desenvolvimento de uma profissão docente de alta qualidade.

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