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Educação

Professores de escolas pública e privada relatam experiências opostas sobre uso de ferramentas digitais

Docentes da rede municipal de São Paulo reclamam da falta de infraestrutura e de treinamento

Educação|Mariana Queen Nwabasili, do R7

Juliana Ortiz, professora do ensino fundamental I, explica que a experiência transforma a forma de estudar e de ensinar
Juliana Ortiz, professora do ensino fundamental I, explica que a experiência transforma a forma de estudar e de ensinar Daia Oliver

A introdução da tecnologia nas salas de aula é apontada como uma tendência irreversível, mas professores de escolas públicas e privadas relatam situações opostas quando falam sobre esse tema.

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Procurados pelo R7, docentes da rede municipal reclamam da falta de infraestrutura e de treinamento, enquanto os da rede particular elencaram as vantagens trazidas pelas ferramentas tecnológicas.

Na cidade de São Paulo, as escolas municipais têm à disposição o Edmodo, um ambiente que propõe a colaboração virtual entre professores e alunos. Além disso, o EducaPX possibilita que estudantes e docentes façam publicações em sites.


Já o SGP (Sistema de Gestão Pedagógica) é uma plataforma online onde o professor registra as práticas em aula, os resultados das avaliações e o acompanhamento das presenças. O coordenador tem acesso ao conteúdo e faz as suas avaliações.

O aluno e sua família também podem entrar na plataforma online para fazer comentários e identificar o que é preciso melhorar quanto ao desempenho na escola.


Apesar dessas iniciativas, professores da rede reclamam de falta de condições para utilizar os tablets disponibilizados desde 2012.

A professora de história na rede municipal de São Paulo, Cibele de Camargo Lima, conta que os aparelhos foram distribuídos sem que houvesse sido feito um planejamento e treinamento adequado para docentes. 


Na sua escola, há cerca de 30 tablets para 80 professores utilizarem apenas durante o trabalho. Os aparelhos não podem ser levados para casa.

— O uso do tablet veio implantado de um jeito que exige que o professor preencha um diário de classe virtual durante a aula. Ou a gente preenche o boletim virtual, ou damos aula, não tem como fazer tudo em 45 minutos. O que está acontecendo é uma sobrecarga do nosso horário de trabalho.

Ela conta que as escolas recebem uma lista cobrando os professores que não preencheram o boletim virtual na sala de aula.

— Alguns professores estão com medo de represálias e acabam preenchendo os diários virtuais em casa, usando a sua própria internet aos finais de semana ou fora do horário de aula na sala de informática da escola.

Esclarecimentos

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Educação garante que “o registro de aulas (chamada) em meio digital, por se apresentar como uma inovação na SME, tendo em vista a implantação, possui período dilatado para seu preenchimento”. 

— O SGP está em processo de apropriação pelas escolas. Desta forma, os registros típicos da atividade pedagógica do docente como planejamento das aulas, registro de frequência, atividades, avaliação e notas - antes realizados em meio impresso (diário de classe), a partir deste ano são substituídos pela realização em meio digital, online. O planejamento das aulas, que no contexto da Mais Educação São Paulo se realiza em grande parte por meio de atividade conjunta entre o professor e seus pares, está previsto para os horários de atividades coletivas.

A Secretaria garante ainda que há um sistema online em professores podem tirar dúvidas sobre como utilizar o sistema do tablet.

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Escolas particulares

No Colégio Porto Seguro, em São Paulo, a percepção sobre o uso de aparelhos e plataformas tecnológicas é outra. Alunos e professores têm acesso a um espaço virtual de estudos, que traz exercícios de fixação que dão apoio ao conteúdo aprendido na sala de aula para cada turma de séries diferentes.

Renata Pastore, diretora-geral de tecnologia educacional da instituição, explica a iniciativa.

— Pensamos em montar uma sala de aula online no Moodle [plataforma de compartilhamento de conteúdos online] da escola. A ideia era fazer uma ponte entre a escola e o aluno.

Já Juliana Ortiz, professora do ensino fundamental I do colégio, explica que a experiência transforma a forma de estudar e de ensinar.

— No momento que eu pego o planejamento da sala e penso o que ensinei naquela semana dentro da minha sala de aula, tenho que pensar depois em como transpor isso para o Moodle. Então partilho essas ideias com a equipe de tecnologia da escola.

A professora contou que já propôs aos seus alunos a realização de um livro que também teve uma versão digital.

— Chegamos a fazer aulas com vídeo conferências para possibilitar a interação e troca de conteúdo com alunos que não podiam assistir a aulas por motivos de saúde. A turma se modificou muito ao longo desse período, foi um movimento muito cativante, avalia.

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