Uso do Enem cresce entre instituições públicas e particulares
Universidades federais consideram o processo como "mecanismo de inclusão"
Educação|Da Agência Brasil
O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) consolida-se cada vez como forma de ingresso em instituições públicas e privadas de ensino superior e de ensino técnico, seja por meio dos programas nacionais, como o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e o ProUni (Programa Universidade para Todos), que utilizam as notas do exame como critério, seja por iniciativa das próprias instituições de ensino em usar o Enem como processo seletivo.
Entre as universidades federais, segundo o presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), Targino de Araújo, todas utilizam o Enem total ou parcialmente como processo seletivo.
— O Enem é fundamental porque permite que os alunos possam se inscrever para qualquer universidade do país. Possibilita o acesso de estudantes que não poderiam viajar para fazer vários vestibulares. É um mecanismo de inclusão.
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Araújo ressalta que a adesão ao exame continua crescendo, inclusive na porcentagem de vagas. Como reitor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), ele disse que na sua instituição a utilização do Enem começou para 50% das vagas e, atualmente,100%.
— Os resultados têm sido positivos, sendo que as universidades que fizeram a adesão não têm se arrependido. Não houve quem desistiu de usar o Enem, pelo contrário, a adesão é crescente.
Entre as particulares o cenário é semelhante. "O Enem é uma importante porta de entrada. Para ingressar no ProUni, tem que passar pelo Enem. O exame tem uma proporção muito grande no ensino superior", ressaltou o assessor do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular Sólon Caldas.
Em 2014, foram ofertadas 191,6 mil bolsas integrais e parciais pelo ProUni no primeiro semestre e 115,1 mil, na segunda edição do programa. Foram cerca de mil instituições privadas participantes em cada um dos processos. Já o Sisu ofertou 171,4 mil vagas em 115 instituições públicas de educação superior, no primeiro semestre, e 51,4 mil vagas em 67 instituições, no segundo.
A adesão ao exame também é grande entre os institutos federais. De acordo com o Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica), todos os institutos federais adotam o Enem como sistema de ingresso total ou parcialmente. "Ao longo desse tempo tem havido uma evolução dos institutos, eles têm se colocado de maneira muito efetiva e reconhecido o valor do Enem como critério de acesso ao ensino superior", disse o presidente do Conif, Luiz Augusto Caldas, que é reitor do Instituto Federal Fluminense.
Caldas explicou que os institutos usam também o modelo de avaliação do Enem nos processos seletivos próprios, modificando a metodologia de acesso, além de inspirar mudanças nas salas de aula.
— Essa relação que o Enem traz nas suas questões, de diálogo mais específico com a realidade, inspira o professor em sala para abordagem intersetorial das disciplinas.
Os institutos federais oferecem vagas no Sisu e também no Sisutec (Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica), que oferece vagas no ensino técnico. No primeiro semestre, o programa ofereceu 293,7 mil vagas, no segundo, foram 289,3 mil, em instituições públicas e privadas e do Sistema S.
O Enem está marcado para os dias 8 e 9 de novembro. O exame tem 8,7 milhões de inscritos e será feito em 1,7 mil cidades. Para se preparar para o exame, os candidatos podem acessar o aplicativo questoesenem.ebc.com.br. O banco de questões da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) reúne itens de 2009 a 2013. O acesso é gratuito.