Tarcísio Motta (PSOL) foi o quarto entrevistado da série de sabatinas da Record News e do R7 com os candidatos ao governo do Estado do Rio de Janeiro. Ele disse que vai rever os contratos com as concessionárias de transporte público no Rio e defendeu a tarifa zero (assista ao vídeo abaixo). — Vou utilizar o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) para custear a tarifa zero. Vamos abrir a caixa preta dos transportes e rever todas em concessões do setor. Hoje, a Secretaria de Transporte é advogada das empresas de ônibus, trens, barcas e metrô. Tarcísio criticou o fato de o Bilhete Único ser controlado pela Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro). — Uma questão muito séria são os custos do Estado com o Bilhete Único sem nenhuma contrapartida da Fetranspor. O Estado precisa administrar o Bilhete Único e eu quero licitar as linhas de ônibus pelo custo do quilômetro rodado, e não por trecho.Educação Ele disse que vai realizar uma mudança “radical” na educação fluminense, valorizar e aumentar o salário do professor e ainda olhar para todos os profissionais que trabalham em uma escola. Tarcísio disse que o Estado precisa garantir autonomia no projeto pedagógico das escolas. — O Estado precisa garantir direitos. Propomos uma mudança radical. Temos que garantir educação com autonomia pedagógica, com gestão democrática, com mais investimentos, chegando a 35% do Orçamento. Precisamos parar de importar coisas mirabolantes e investir no nosso material humano. Com investimentos de 35% do orçamento do Estado em educação, o candidato disse acreditar que possa elevar os salários de professores e também dos profissionais que trabalham nas escolas estaduais. — Os professores têm que sair do piso atual de R$ 1.082 e chegar a cinco salários mínimos. O governo não pode se fechar ao debate e a negociação com essa classe, a falta de diálogo resulta em greve. Quero olhar para os demais profissionais da educação e garantir um piso de pelo menos três salários mínimos. O candidato defende reforma tributária nas contas públicas e uma auditoria para renegociação das dívidas do Estado. Segundo ele, o Rio de Janeiro vive uma realidade de isenção fiscal “muito estranha” em que incentivos fiscais cedidos a grandes empresários se convertem em pouquíssimos empregos gerados. — Defendemos a promoção da vida acima do capital, vou fazer uma auditoria da dívida pública, a revisão de isenções fiscais e o planejamento participativo. A capacidade tributária do Estado precisa ser reorientada, hoje os juros da dívida pública já superam o que investimos em saúde e educação. Saúde e segurança Na saúde, o foco do candidato do PSOL é a atenção básica e o combate às OSs (organizações sociais sem fins lucrativos) que administram serviços de saúde. — Na saúde, vamos parar o processo de privatização com as OSs, fortalecer o SUS (Sistema Único de Saúde), incentivar e garantir que os municípios ofereçam a saúde da família, que é atenção básica, para que o Estado cumpra o seu papel de regulador do sistema. Tarcísio falou que não vai fechar as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), mas melhorar o programa. — Não vamos fechar as UPAs. Mas temos que entender que a UPA não é atendimento básico, ela acabou com a fila das emergências. Temos que entender que saúde é água potável para toda a população, saneamento básico e boa alimentação. Vamos trabalhar a prevenção.Segurança Para o candidato, a segurança passa pelas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), mas o programa precisa ser melhorado. — Temos que pensar em uma política de segurança sem excessos por parte da polícia, sem que sejam forjados flagrantes. O contêiner da UPP pode permanecer, mas temos que melhorar o recheio, melhorar e motivar o profissional que está lá dentro. Tarcísio criticou o que chamou de formação "fast food" dos PMs do Rio e prometeu tomar medidas para a criação de uma polícia desmilitarizada. — Hoje temos uma formação de seis meses para os policiais militares e problemas nesse processo fast food de formação. A questão da segurança passa pela formação de policiais e vamos ter um cuidado com isso. Uma medida desmilitarizante é criar um plano de carreira para os profissionais da segurança. O candidato defendeu a legalização da maconha. — Temos que trazer essa questão da maconha para o debate. Queremos a legalização para poder criar políticas públicas de prevenção. Acredito que o Estado gerindo isso tira o poder dos traficantes. O candidato mostrou-se favorável ao casamento gay e defendeu a união civil de pessoas do mesmo sexo.Assista ao vídeo: