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Doria mirou no popular e acertou no mauricinho ao escolher roupa para debate

Com tênis e jaqueta esportiva, candidato do PSDB cometeu "erro fashion"

Eleições 2016|Fernando Mellis, do R7*

Há um mês, Doria usou terno para sabatina (esq.), mas não repetiu look em debate na TV
Há um mês, Doria usou terno para sabatina (esq.), mas não repetiu look em debate na TV Há um mês, Doria usou terno para sabatina (esq.), mas não repetiu look em debate na TV

A roupa de João Doria (PSDB) no debate dos candidatos a prefeito de São Paulo, na noite de segunda-feira (22), deu muito o que falar nas redes sociais. Muita gente questionou o fato de o empresário ter deixado para trás o terno e a gravata e adotar um look “despojado”, contrastando com a roupa dos outros três homens que participaram.

Não é de hoje que Doria tem tentado tirar o estigma de milionário. Na semana passada, começou a campanha nas ruas, comeu pastel de feira e tomou café com leite. Passou a aparecer de calça jeans, tênis, jaqueta esporte e camisa com a manga dobrada.

Mas não foi o ar descontraído dele que deixou muita gente confusa no debate e sim a forma como ele se vestiu. Doria vestia uma calça escura, uma camisa branca, sem falar no indefectível cashmere, que já é sua marca registrada, e uma jaqueta da Ralph Lauren. Junto com isso, um tênis claro.

Na opinião do professor Marcio Banfi, coordenador do curso de pós-graduação styling da FASM (Faculdade Santa Marcelina), o problema de Doria não foi a ausência do terno e da gravata.

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— É uma típica roupa de um cara mauricinho, que é o que ele é, um cara rico. [...] Eu acho que é um pouco forçadinha. Seria mais bonito, por exemplo, se ele tivesse só de camisa e gravata, ou até uma camisa jeans. Teriam outras formas para tornar a coisa mais descolada.

"Abandonei terno e gravata", diz João Dória sobre 'look' despojado em debate

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Já a professora do curso de moda da FIAM-FAAM Luciana Andrejewski avalia que houve um “erro fashion” na escolha da roupa do candidato.

— A ideia de ter uma roupa diferente foi realmente de destoar, mas ele destoou de uma forma negativa. Eu não gostei. O tênis branco foi demais. [...] Ele continuava mauricinho. Até as fotos que circulam pela internet de ele comendo pastel destoam dessa postura popular. Quem conhece ele, o programa que ele tem, ele nunca foi esse popular.

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O consultor de moda Mario Mendes diz que o candidato do PSDB está nitidamente inspirado na escola Obama de se vestir. O presidente dos Estados Unidos abandonou por muitas vezes o visual formal. Mendes avalia ainda que João Doria é o que se pode chamar de almofadinha, o rapaz bem-nascido que está sempre engomadinho, aquele que a mãe não deixa brincar para não sujar a roupa.

— Como dizia minha avó, é do tipo que veste o cabide com a roupa.

O consultor diz acreditar que Doria quer passar essa imagem de pessoa eficiente, empresarial, do big business, mas que é um cara legal, que não precisa desse uniforme de político para dirigir uma cidade.

— Mas que ninguém se engane. A roupa dele é mais cara do que qualquer um, inclusive a da Marta.

Para o professor da FASM, seja qual for o candidato, ele precisa pensar se a roupa com a qual está se apresentando é de fato aquilo que o público espera dele. Vale lembrar que em 2014, o então candidato do PV à Presidência, Eduardo Jorge, compareceu aos debates apenas de camisa. Porém, isso não chamou tanto atenção, uma vez que estava adequado com o perfil dele.

— Não adianta ele [Doria] tentar uma imagem que ele não tem. Ou ele chama alguém que vai reestudar todo o visual dele e aí ele encarna esse novo personagem que seja um pouco mais descolado ou ele tem que seguir realmente o que ele é. O que ele é: um cara meio caretinha, aquela coisa da camiseta polo, do suéter...

O debate televisivo é talvez o momento em que o eleitor veja o candidato por mais tempo. São cerca de duas horas de aparição. A forma como se veste impacta em como o político é visto por quem está do outro lado da tela, segundo Banfi.

— A gente está um pouco acostumado com as coisas clássicas. Eu acho que quando mais clássica a pessoa estiver, ela tem uma entrada mais fácil no eleitor. No caso da mulher, ela tem um pouco mais de liberdade. Mas o homem, se aparece com uma camisa azul turquesa, ele pode assustar. O ideal é ir para o mais sóbrio. Não precisa necessariamente usar uma gravata ou um terno.

*Colaborou: Deborah Bresser, editora do R7

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