O vereador Andrea Matarazzo (PSD), candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa de Marta Suplicy (PMDB), fez ataques nesta quarta-feira (28) ao líder nas pesquisas, o empresário João Doria (PSDB), que o derrotou nas prévias de seu ex-partido, o PSDB. Durante entrevista à TV Estadão, Matarazzo afirmou que gestão pública e privada são muito diferentes, em referência ao tucano.
— Essa coisa de ser gestor... o Pita (Celso Pitta, ex-prefeito) era um ótimo gestor, e era mesmo, um diretor financeiro de altíssima qualidade. A gestão publica e privada são coisas muito diferentes.
Sem citar especificamente Doria, Matarazzo criticou alguém que "quer começar a carreira pública como prefeito".
— Não dá para ninguém vir e aprender gestão pública no cargo. O cargo de prefeito é cargo de consagração de uma carreira pública, jamais o cargo de início de uma carreira pública.
Matarazzo reforçou, que diferentemente da gestão privada, em que o objetivo é o lucro, a administração pública visa qualidade com custo baixo.
— Avião e caminhão, ambos são transporte, mas pilotar um não significa que você consiga dirigir o outro.
E alertou que é preciso tomar cuidado com quem vende a imagem de "novo", citando exemplos que vão desde o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTC-AL) até a ex-presidente Dilma Rousseff.
Falando que não se arrepende de se desligar do PSDB para disputar as eleições, Matarazzo afirmou que mantém os mesmos ideais de sua história política e criticou sua antiga legenda por abuso de poder econômico ao escolher Doria para a disputa.
— O Ministério Público está falando em abuso de poder econômico e métodos que sempre criticamos.
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O candidato à vice-prefeitura fez referência à decisão do Ministério Público Eleitoral que pediu na terça-feira (27) a cassação da chapa de Doria. Matarazzo disse ainda que sua amizade com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não é afetada pelo fato dele ter declarado voto a João Doria no programa eleitoral.
Para Matarazzo, a queda de Marta nas pesquisas é resultado dos ataques que a campanha vem sofrendo desde o início do horário eleitoral.
— O PT (de Fernando Haddad) despendeu um terço de tempo atacando a Marta.
E falou que a estratégia nessa reta final de campanha do primeiro turno é mostrar que a sua chapa é a mais experiente para governar São Paulo.
Pesadelo
Ele ainda avaliou que Doria e Celso Russomanno (PRB) no segundo turno seria um "pesadelo".
— O pessoal tem medo do pesadelo.
Governo Temer
Indagado se a vinculação de Marta ao governo do presidente Michel Temer e com as medidas amargas em discussão pela gestão peemedebista no bojo das reformas trabalhistas e previdenciária está gerando reflexos negativos na campanha, ele disse não acreditar.
— O eleitor está olhando mais São Paulo, apesar de estar desiludido com a política.
E reiterou que é preciso ficar atento a quem se vende como "o novo", em mais uma referência a Doria.
Adversário
Matarazzo disse que já foi adversário político de Marta, mas isso não invalida a coligação dos dois hoje, alegando que as pessoas evoluem e amadurecem.
— São Paulo tem que sair dessa batalha entre vermelho e azul (PT e PSDB).
Comentando a acusação de Russomanno de que a campanha de Marta teria cooptado ex-funcionários do adversário para acusá-lo de não pagar direitos trabalhistas, Matarazzo negou.
— Ninguém precisa comprar, a gente sabe, o Celso também sabe. Está cheio de gente oferecendo denúncias de todos os tipos, essas coisas aparecem. Eu te confesso que eu nem vi (o depoimentos dos ex-funcionários).
A TV Estadão e a Rádio Estadão entrevistam esta semana os candidatos a vice-prefeito que pleiteiam a prefeitura de São Paulo.