Após acusar Síria por atentado que matou 46, Turquia cobra ação da comunidade internacional
Governo sírio negou envolvimento nas explosões e disse que acusações são "infundadas"
Internacional|Do R7, com agências internacionais
A Turquia acredita que combatentes leais ao presidente sírio, Bashar al Assad, estão por trás dos atentados com dois carros-bomba que mataram 46 pessoas em uma cidade turca próxima da Síria, onde milhares de refugiados sírios vivem, disseram autoridades neste domingo (12).
As autoridades prenderam nove pessoas, todos cidadãos turcos e incluindo o suposto mentor, após os atentados em Reyhanli no sábado (11), afirmou o vice-primeiro-ministro Besir Atalay a repórteres.
O ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, disse que os envolvidos também são suspeitos de participar de um ataque contra a cidade costeira síria de Banias, há uma semana, quando pelo menos 62 pessoas foram mortas.
Mais de 80 mil mortos na Síria desde o início da revolta
Davutoglu aproveitou o dia para criticar a comunidade internacional hoje por seu silêncio sobre a situação na Síria, uma atitude que teria dado lugar ao "ato de terrorismo bárbaro" de sábado.
Durante visita a Berlim, o chanceler turco disse que o atentado de ontem, que causou a morte de 46 pessoas no sul da Turquia, "mostra como uma faísca se transforma em incêndio quando a comunidade internacional permanece em silêncio e o Conselho de Segurança da ONU não consegue atuar".
— É inaceitável que o povo sírio e o turco paguem o preço por essa atitude.
Davutoglu pediu "uma iniciativa diplomática urgente (...) para encontrar uma solução à crise síria".
Os ataques aumentaram os temores de que a guerra civil da Síria estaria se arrastando para Estados vizinhos, apesar dos movimentos diplomáticos para acabar com dois anos de luta, em que mais de 80 mil pessoas foram mortas.
"O ataque não tem nada a ver com os refugiados sírios na Turquia, ele tem tudo a ver com o regime sírio", disse Davutoglu.
— Devemos ter cuidado contra provocações étnicas na Turquia e no Líbano após o massacre Banias.
O ministro da Informação sírio, Omran Zubi, negou qualquer envolvimento da Síria e rejeitou o que chamou de "acusações infundadas".
O conflito sírio tem inflamado o confronto entre sunitas e xiitas no Oriente Médio, com o Irã xiita apoiando Assad, e poderes sunitas, como a Arábia Saudita, apoiando os rebeldes.
Banias é uma área sunita no meio de um grande enclave alauíta na costa mediterrânea da Síria. Ativistas da área acusam milícias leais a Assad, um alauíta, de ataques étnicos.
Reyhanli tornou-se uma base para os rebeldes que lutam contra Assad perto da fronteira.
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