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Boeing reconhece falha técnica em acidentes da Indonésia e Etiópia

Piloto seguiu orientações passadas por fabricante e teve problemas com software. Diretor-executivo espera relatório final de caixa-preta de avião

Internacional|Da EFE

Aeronaves tiveram problemas com software, que faz nariz apontar para baixo
Aeronaves tiveram problemas com software, que faz nariz apontar para baixo Aeronaves tiveram problemas com software, que faz nariz apontar para baixo

O diretor-executivo da Boeing, Chris Muilenburg, reconheceu nesta quinta-feira (4) a similaridade entre as falhas técnicas que afetaram os aviões 737 MAX que sofreram acidentes fatais nos últimos meses na Etiópia e na Indonésia, além do "alto volume de trabalho" que pode afetar alguns pilotos.

Após a divulgação de um relatório preliminar da investigação do voo 302 da Ethiopian Airlines, Muilenburg afirmou em comunicado que "é aparente" que em ambos voos o sistema de controle conhecido como MCAS foi ativado em resposta a uma informação "equivocada" do ângulo de ataque.

"Como nos disseram os pilotos, uma ativação equivocada da função do MCAS pode se somar a um entorno que, por si só, representa uma alta carga de trabalho. É nossa responsabilidade eliminar este risco. Nós assumimos e sabemos como fazer isso", acrescentou.

As primeiras investigações sobre o acidente de um 737 MAX 8 na Etiópia no último dia 10 de março, que deixou 157 mortos, mostram que a tripulação seguiu todos os procedimentos de segurança, mas não conseguiu desativar o software de controle automatizado que fez a aeronave descer.

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À espera da divulgação dos relatórios finais das autoridades com os "detalhes completos", Muilenburg disse que a história do setor "mostra que a maioria de acidentes é causada por uma cadeia de eventos" e "este é novamente o caso". Além disso, garantiu que "sabemos como romper um desses elos nos dois acidentes".

O principal executivo da Boeing começou o comunicado pedindo perdão e dando seus pêsames às vítimas do voo 610 da Lion Air, que caiu na Indonésia em outubro do ano passado, e do voo 302 da Ethiopian Airlines, cujas "tragédias continuam com um peso muito forte" na equipe da empresa, que sente a "imensa gravidade dos eventos".

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Após reconhecer a semelhança entre as falhas técnicas dos dois voos, Muilenburg elogiou a colaboração de seus "melhores engenheiros e analistas" com a Administração Federal de Aviação dos EUA desde o acidente da Indonésia para atualizar o software e garantir que esses incidentes "nunca voltem a ocorrer".

"Seguimos um método amplo e disciplinado, respeitando o tempo para que a atualização do software seja a correta. Estamos perto de completá-la e antecipamos que será certificada e implementada na frota mundial do 737 MAX nas próximas semanas", disse o executivo, que lamentou os prejuízos da sua paralisação.

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Essa melhoria no software, somada ao treinamento associado e materiais educativos adicionais que os pilotos solicitaram, "eliminarão a possibilidade de uma ativação não proposital do MCAS e evitará que um acidente relacionado com o MCAS volte a acontecer", afirmou.

Muilenburg reiterou que o 737 MAX é seguro e que, quando voltar a voar, já com as mudanças no software, "será uma das aeronaves mais seguras que já voaram".

O executivo, que trabalha há três décadas na Boeing, disse ainda que não lembra um "momento mais dilacerador" na sua carreira e garantiu saber que vidas dependem do trabalho de sua equipe, o que exige "integridade e excelência".

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