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Bolívia quer discutir onda de assaltos nas fronteiras com Brasil e Paraguai

Autoridades veem semelhança entre roubo a carro-forte na Bolívia e o assalto à Prosegur

Internacional|Da Agência Brasil

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Sede da empresa de segurança patrimonial Prosegur em Ciudad del Este, no Paraguai, após assalto com explosivos
Sede da empresa de segurança patrimonial Prosegur em Ciudad del Este, no Paraguai, após assalto com explosivos

O governo da Bolívia pedirá ao Brasil e ao Paraguai a realização de uma reunião “de alto nível” para avaliar a atuação de membros da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) em recentes assaltos ocorridos nos três países. Além da troca de informações, o encontro, segundo as autoridades bolivianas, permitirá a tomada de decisões conjuntas.

“Vamos pedir às autoridades brasileiras e paraguaias uma reunião para decidir sobre os casos de roubos na região”, anunciou nesta segunda-feira (24) o ministro de governo da Bolívia, Carlos Romero. O pedido oficial, no entanto, ainda não foi encaminhado à embaixada da Bolívia no Brasil, a quem compete contactar o Itamaraty.


A preocupação das autoridades bolivianas decorre das semelhanças entre um roubo a carro-forte no último dia 30, na cidade de Roboré, próximo à fronteira com o Brasil, e o milionário assalto à sede da empresa de transportes de valores Prosegur, em Ciudad del Este, no Paraguai, ontem (24).

Tanto os órgãos de segurança pública da Bolívia, quanto os do Paraguai, acusaram a participação de brasileiros, integrantes do PCC, nos violentos ataques. Na Bolívia, criminosos roubaram um carro-forte da empresa Brinks, no último dia 30.


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Armamento pesado

Assim como no Paraguai, os bandidos que atacaram o carro-forte boliviano usaram armamento militar e três veículos que abandonaram após incinerá-los. “Este é um procedimento típico de uma organização criminosa muito bem preparada e experiente”, afirmou Romero à imprensa, um dia após a ocorrência.


“Estamos convencidos de que esta é uma perigosa organização criminosa que ingressou [na Bolívia vindo] do território brasileiro”, afirmou o ministro, lembrando que, durante a perseguição para impedir que a quadrilha atravessasse a fronteira de volta ao Brasil, os bandidos abriram fogo e feriram cinco agentes.

“Sabemos que os delinquentes têm armas militares poderosas. Inclusive, durante as buscas, descartamos empregar aeronaves justamente porque os bandidos têm armamento com alcance de 3 mil metros e não teriam dificuldades para atingir os aviões,” finalizou.

Contatos com bandidos

No último dia 10, o vice-ministro de Segurança Cidadã da Bolívia, Carlos Aparicio, negou que haja células do PCC instaladas em território boliviano, mas confirmou que a organização criminosa brasileira tem contatos com bandidos bolivianos, como Mariano Tardelli, apontado como o mentor da quadrilha que assaltou o carro-forte da Brinks.

“Temos informação de que Mariano Tardelli e sua facção faziam negócios com o PCC, por intermédio de Luis Monteiro Duarte, que seria o emissário da organização criminosa do Brasil, mas negamos que o PCC esteja instalado na Bolívia", disse Aparicio durante entrevista coletiva em que confirmou que, durante o roubo ao carro-forte, os bandidos levaram US$ 2,6 milhões de dólares e 350 mil bolivianos.

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