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Boris Johnson volta a se explicar por festas proibidas durante lockdown

Primeiro-ministro defendeu sua política, atacou a oposição e anunciou o fim de parte das restrições contra a Covid-19

Internacional|

Primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson
Primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson Primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, fragilizado pelo escândalo das festas do governo durante o confinamento, sofreu um novo revés nesta quarta-feira (19), quando vários deputados do seu partido deram um passo adiante para acabar com a sua permanência no cargo.

A mais sonora foi a decisão do deputado conservador Christian Wakeford de se unir à oposição trabalhista.

"Você e o partido conservador se mostraram incapazes de mostrar a liderança e o governo que este país merece", disse o deputado, em uma mensagem lida por outro parlamentar.

O líder trabalhista Keir Starmer apresentou o novo deputado na bancada de seu partido e acusou o primeiro-ministro de "defender o indefensável".

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No entanto, depois de vários pedidos de desculpa e ter se mostrado envergonhado na televisão nos últimos dias, o líder conservador pareceu muito combativo nesta quarta-feira diante dos deputados.

Durante a sessão no Parlamento, que gerou um total de cinco pedidos para sua renúncia, ele defendeu sua política, atacou a oposição e anunciou também a eliminação de parte das restrições contra a Covid.

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futuro incerto

Johnson, de 57 anos e no poder desde 2019, está no olho do furacão após as revelações das festas organizadas em Downing Street quando o Reino Unido vivia um confinamento rigoroso.

Apesar dos anúncios, com sabor populista, previstos para recuperar o apoio perdido e o provável anúncio de um relaxamento das restrições anti-Covid, o líder conservador está na corda bamba.

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A imprensa britânica informou nesta quarta que cerca de vinte jovens parlamentares conservadores se reuniram na terça para discutir um possível voto de confiança contra Boris Johnson.

Esses políticos acham que têm votos suficientes para tirá-lo do cargo. "O clima está ficando azedo", segundo o Guardian. "Os deputados rebeldes planejam derrubar Boris Johnson", disse o Telegraph, geralmente pró-governo.

Na semana passada, suas desculpas perante o Parlamento, onde reconheceu ter estado presente numa das festas em maio de 2020 afirmando que pensava tratar-se de uma reunião de trabalho, não acalmaram as coisas.

Segundo a imprensa britânica, Johnson prevê uma série de medidas populistas. Por exemplo, seu governo disse que usará o exército para bloquear a chegada de imigrantes no Canal da Mancha e poderia abolir um imposto audiovisual que financia a BBC, duas questões delicadas para seu eleitorado.

Perda do cargo

Para tirar Johnson da presidência do Partido Conservador e, consequentemente, de Downing Street, pelo menos 54 parlamentares conservadores precisam enviar uma carta ao chamado "comitê de 1922" pedindo um voto de confiança.

Por enquanto, sete deputados admitiram que já o fizeram. Segundo a imprensa seriam cerca de 30, mas a imprensa britânica questiona-se se conseguirão chegar a 54.

"Acho que sim, mas é difícil dizer", disse um dos parlamentares à BBC. Outro comentou ao Telegraph que "chegou a hora" do primeiro-ministro. 

Mas o Financial Times estima que há muita indecisão e que alguns deputados querem esperar as conclusões de Sue Gray, uma funcionária que deve entregar um relatório sobre as festas.

Além das festas durante o confinamento, o primeiro-ministro também é alvo de acusações de favoritismo e enfrenta uma grave crise no poder de compra dos cidadãos. A inflação do Reino Unido em dezembro atingiu níveis não vistos nos últimos 30 anos. 

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