Casa onde menino morreu de fome cheirava a lixo e vodca e estava cheia de moscas, diz policial
Moscas pairavam na janela do imóvel e mãe tinha aparência "medonha"
Internacional|Do R7
Duas policiais prestaram depoimento na terça-feira (24) ao júri responsável pelo caso de Amanda Hutton, a mulher acusada de ter deixado o filho morrer de fome e esconder o corpo mumificado da criança por quase dois anos.
Em 2011, quando o crime foi descoberto, Jodie Dunsmore estava apenas em seu segundo dia de trabalho como oficial de suporte comunitário (PSCO, sigla em inglês), um grupo de apoio ao trabalho policial, mas que não tem as mesmas funções ou poderes de polícia.
Na época, Jodie foi designada para investigar uma denúncia de que algo estava acontecendo na casa de Amanda. Ela contou à corte de Bradford, na Inglaterra, que bateu na porta diversas vezes, sem obter nenhuma resposta. Ainda assim, Jodie afirmou que sabia que “algo estava definitivamente errado” no local.
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A desconfiança da oficial de polícia, atual cargo de Jodie, aumentou quando ela notou que havia um grande número de moscas no parapeito de uma das janelas da casa e que um cheiro ruim e muito forte emanava através de uma entrada de cartas na porta principal, segundo informações do jornal britânico Daily Star.
Após cinco tentativas de ser atendida, a policial e um colega decidiram forçar a porta e invadir a residência, mesmo sem ter a autorização necessária. Foi neste momento que Amanda abriu a porta com uma aparência “medonha”, descreveu a policial.
— Parecia que ela ia vomitar. Ela estava com expressão de medo em seus olhos. Seu cabelo estava todo emaranhado e muito despenteado. Parecia que moscas estavam saindo de seu suéter.
“Havia um cheiro terrível vindo de dentro da casa e passando através da porta”, lembrou Jodie. Ela decidiu, então, chamar reforços policiais.
Entre os oficiais que chegaram à casa estava Jane Lax, de acordo com informações do tabloide britânico Daily Mail. Segundo a policial, havia um odor forte de lixo, comida estragada e vodca na casa.
— Na porta da cozinha, o cheiro se tornou insuportável. Quando cheguei ao topo das escadas do porão, comecei a vomitar. Tive que deixar o imóvel naquele momento.
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Jane estava em um carro da polícia, junto com Amanda, quando recebeu um telefonema dizendo que um de seus colegas havia encontrado o corpo de Hamzah Khan. Segundo ela, a mãe da criança fechou os olhos e colocou a cabeça para baixo quando ouviu a conversa dos policiais.
Amanda Hutton, de 41 anos, é acusada de ter deixado seu filho morrer de fome como forma de castigá-lo. Segundo disse uma testemunha na semana passada, que não pôde ser identificada por questões de segurança, o menino recebia comida apenas uma vez ao dia como uma forma de punição, porque a mãe o considerava uma criança “bagunceira” e “malcriada”.
A criança teria sido assassinada em 2009, mas o corpo mumificado do menino só foi encontrado dois anos depois dentro de uma gaveta, coberto por folhas, segundo informações do jornal britânico Mirror.