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Charlie Hebdo faz charge de sismo na Itália e causa revolta

Prefeito de Amatrice pediu respeito aos mortos

Internacional|Ansa

Charge foi considerada muito ofensiva
Charge foi considerada muito ofensiva Charge foi considerada muito ofensiva

O jornal satírico francês Charlie Hebdo publicou nesta sexta-feira (2) uma sátira com as vítimas do terremoto ocorrido na região central da Itália no último dia 24 e causou revolta entre os italianos.

Na imagem intitulada "Terremoto à italiana", a publicação mostra um desenho de um homem ensanguentado, chamando-o de "penne ao molho de tomate", uma mulher machucada, definindo-a como "penne gratinado", e uma pilha de corpos ensaguentados, à qual o jornal chamou de "lasanha".

A charge está na última página da publicação, que tem na capa uma sátira ao "burkini", o traje de banho que cobre o corpo todo, e cita mais uma vez o sismo italiano. "Cerca de 300 mortos em um terremoto na Itália. Ainda não se sabe se o tremor gritou 'Allah Akbar' antes de começar", escreveu o periódico ao citar a tradicional frase dita por terroristas antes e realizarem ataques.

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O prefeito de Amatrice, Sergio Pirozzi, repudiou a imagem e pediu que os mortos sejam respeitados. A cidade registrou 232 das 293 vítimas fatais da tragédia e foi a mais danificada em suas estruturas.

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"Mas que ca** fazer uma charge sobre os mortos. Tenho certeza que essa sátira desagradável e embaraçante não corresponde ao verdadeiro sentimento dos franceses. Tudo bem ser irônico, mas sobre a desgraça e a morte não se faz piada", desabafou Pirozzi.

Apesar de rivais na política, representantes de todos os grandes partidos políticos da Itália criticaram o uso dos mortos da tragédia pelo Charlie Hebdo.

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O deputado Michele Anzaldi, da sigla governista Partido Democrático (PD), afirmou que a charge "é vergonhosa e indigna".

"Como o mundo inteiro não esperou um segundo sequer para exprimir proximidade, assim esperamos que a França, a partir de suas instituições, tome distância de uma sátira que renova a dor em tantas famílias", adicionou.

A líder do partido Fratelli D'Italia, Giorgia Meloni, escreveu em seu Facebook que a sátira "não prova risos, não é inteligente, sequer pode ser considerada um 'humor negro'. É apenas feia e feita por algum cretino".

Barbara Saltamartini, a vice-líder do partido Liga Norte, o mais à direita da política italiana, afirmou que o desenho "foi ignorante e ofensivo aos nossos mortos do terremoto. Isso não é sátira, mas é um lixo".

Já a deputada do Força Itália — do ex-premier Silvio Berlusconi —, Elvira Savino, chamou a charge de "triste e vulgar".

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