Chávez está feliz por ver país caminhando, diz Maduro
Vice-presidente da Venezuela afirma que Chávez está a par do dia a dia no país
Internacional|Do R7
O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, manifestou na quarta-feira (16) a "grande felicidade" do líder, Hugo Chávez, pela forma como o país está caminhando em sua ausência.
Por outro lado, o líder da oposição, Henrique Capriles, pediu que o presidente apareça para explicar o atual "desgoverno" após a difusão de um decreto assinado por ele.
Um dia depois de Maduro ter comparecido ao Parlamento para consignar o relatório de gestão no lugar de Chávez, hospitalizado há mais de um mês em Cuba, hoje o vice-presidente ressaltou que o líder está a par do dia a dia no país.
"Nós estivemos [em Cuba] com Chávez há 48 horas e ontem nos comunicamos com o ministro [de Ciência e Tecnologia] Jorge Arreaza, e realmente ele [Chávez] sente uma grande felicidade por ver como nós, as autoridades, estamos interagindo", manifestou Maduro em um ato das Forças Armadas (FANB).
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Ontem, Maduro transmitiu ao país que o presidente acabara de designar Elías Jaua como ministro das Relações Exteriores, uma notícia que foi ratificada hoje com a aparição, na Gazeta Oficial, do decreto assinado pelo próprio Chávez.
Apoiando-se na primeira decisão assinada pelo chefe de Estado desde que viajou para Cuba, em 10 de dezembro, a fim de submeter-se a sua quarta operação de câncer, Capriles pediu nesta quarta-feira que Chávez apareça.
— Se o presidente da República pode assinar decretos, eu o chamo a aparecer, falar à Venezuela e dizer o que está acontecendo nesse Governo, porque na Venezuela o que há é desgoverno.
Capriles ainda ironizou o fato de Jaua, que foi derrotado por ele nas eleições regionais de 16 de dezembro, ter sido nomeado chanceler.
— Agora, quem perde em Miranda é premiado com a Chancelaria.
Enquanto isso, nas ruas de Caracas grupos de estudantes voltaram a protestar contra a sentença emitida pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) no último dia 9, na qual foi aprovado o adiamento da posse de Chávez e a consequente continuidade do seu Governo.
"Temos um Governo que está usurpando as funções", assinalou à Agência Efe o dirigente estudantil Diego Scharifker, cujo movimento Jovens pela Democracia Social instalou um cartaz sobre uma movimentada ponte no leste de Caracas para exigir "respeito à Constituição".
Também protestaram contra a norma diferentes associações de advogados, que hoje redigiram um comunicado pedindo ao Parlamento que solicite ao TSJ a criação de uma junta médica para avaliar o estado de saúde de Chávez.
O documento, assinado, entre outros grupos, pela Federação de Colégios de Advogados da Venezuela, pede à Assembleia Nacional, de maioria governista, que solicite ao TSJ a designação de uma junta médica a fim de determinar se Chávez "está plenamente habilitado física e mentalmente para permanente exercendo seu cargo".
Por outro lado, o ministro da Defesa, Diego Molero, leu hoje um "pronunciamento" dos militares no qual manifestou que as Forças Armadas (FANB) "acatam e farão cumprir" as decisões dos poderes Judicial e Legislativo sobre a continuidade do Governo.
Enquanto isso, o Governo venezuelano, que se alçou como a única instância em informar sobre a saúde de Chávez, no poder desde 1999, disse na terça-feira que o presidente está "avançando" em seu processo de recuperação.