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China: governo comunista muda atitude e busca maior transparência

Corrupção está cada vez mais evidente diminuindo a confiança da população no Estado

Internacional|Fábio Cervone, colunista do R7

Reunião do PCC (Partido Comunista da China) deve se pronunciar contra corrupção
Reunião do PCC (Partido Comunista da China) deve se pronunciar contra corrupção Reunião do PCC (Partido Comunista da China) deve se pronunciar contra corrupção (GOH CHAI HIN/AFP)

Os 2.270 delegados do PCC (Partido Comunista da China) iniciaram nesta quinta-feira (8) seu principal congresso político, organizado a cada dez anos para determinar o novo presidente, primeiro-ministro e funcionários de alto nível que conduzirão a segunda economia do mundo e a nação de 1,3 bilhão de pessoas por uma década.

O maior de todos os problemas desta pequena elite política não é a competição da globalização ou um conflito armado internacional. Seu grande desafio, na realidade, é a manutenção do poder atual.

As novas tecnologias amplamente difundidas dificultam a vigilância ditatorial do Estado chinês em dois sentidos: por um lado, é preciso maior aparato para filtrar as informações que entram e saem do país diariamente; e na outra ponta, tais tecnologias são ferramentas do cidadão chinês para vigiar e divulgar ações de seus líderes e do governo.

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O comportamento questionável das figuras públicas chinesas e os projetos estatais corruptos e ineficazes já não podem ser encobertos com a mesma facilidade de outrora. Recentemente, Bo Xilai, ex-chefe do PCC de uma importante região, foi expulso do partido por tentar ocultar o envolvimento direto de sua mulher, Gu Kailai, na morte de um britânico. Tal caso foi utilizado pela Justiça chinesa como exemplo de comprometimento com a aplicação das leis para todas as camadas da sociedade.

Historiadores sabem que o maior inimigo dos governos chineses está em seu quintal, são seus cidadãos. Um levante ou uma conspiração pode derrubar rapidamente a elite política e instaurar uma nova ordem.

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Os comunistas estão no poder há 63 anos, somam ao todo apenas 82 milhões de filiados e sabem que a população está se informando cada vez melhor. Para não perder as rédeas dos 1,3 bilhão de chineses, não basta sucesso econômico se os gestores públicos e projetos forem motivo de vergonha e desconfiança nacional.

Desde sempre o Estado comunista chinês levou a público condenações de corrupção e abuso de poder para fortalecer sua legitimidade. Mas hoje em dia muitos desses casos, antes encobertos, estão vindo à tona e revoltando a opinião pública.

Nos próximos dez anos, o PCC deverá atuar fortemente para combater a corrupção, antes que esta derrube o Estado e leve junto seu legado de poder. 

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