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COP26: Jovens protestam em Glasgow pedindo por mais ações

Milhares de pessoas foram às ruas da cidade escocesa para mostrar repúdio à falta de iniciativas para conter a crise climática

Internacional|

Um homem segurando um cartaz com o dizer: "Time has run out" ("O tempo se esgotou")
Um homem segurando um cartaz com o dizer: "Time has run out" ("O tempo se esgotou") Um homem segurando um cartaz com o dizer: "Time has run out" ("O tempo se esgotou")

Milhares de jovens protestam nesta sexta-feira (5) nas ruas da cidade escocesa de Glasgow para pedir ações, e menos palavras, aos governos que estão negociando na COP26 as medidas contra a mudança climática, após quase uma semana de grandes discursos.

"Para nós esta luta é uma necessidade, não uma escolha", grita Sofía Gutiérrez, uma jovem ativista colombiana, diante de milhares de pessoas na Praça George, após uma marcha festiva repleta de faixas, canções e bom humor.

A sueca Greta Thunberg declarou nesta sexta-feira (5) que a conferência sobre a mudança climática de Glasgow (COP26) é "um fracasso", a uma semana do encerramento das negociações.

"Não é segredo que a COP6 é um fracasso", disse Thunberg a milhares de jovens na cidade escocesa.

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"É uma celebração de duas semanas do 'aqui não acontece nada' e bla bla bla. Isso não é mais uma conferência do clima. É um festival de lavagem de imagem", acrescentou.

Delegados de quase 200 países estão reunidos desde domingo passado para aumentar a redução de gases de efeito estufa e transição energética, com o objetivo de manter o aquecimento do planeta em um máximo de +1,5ºC.

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Ao longo dessa primeira semana, os países anunciaram grandes coalizões para reduzir o consumo de combustíveis fósseis, eliminar o financiamento de fontes de energia tradicionais e acelerar a transição, mas sem calendários claros.

"Nossos líderes não estão liderando. Isso é liderança", gritou Greta, apontando para a multidão.

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“Não vamos à escola, queremos manter o planeta frio!”, gritavam em inglês as crianças, muitos dos quais faltavam às aulas acompanhados pelos pais.

Alguns se destacaram por sua engenhosidade: "A mudança climática é pior do que o dever de casa", uma criança carregava em um cartaz.

Os adolescentes tinham uma postura mais séria e comprometida.

"Mais uma vez, vemos os líderes mundiais fazendo declarações e grandes promessas", declarou à AFP Mitzi Jonelle Tan, das Filipinas.

"Precisamos de cortes de emissões drásticos, indenizações do Norte para o Sul (...) e temos que acabar com a indústria dos combustíveis fósseis", completou.

"Espero que este dia faça a diferença", afirmou Zara, de apenas nove anos, ao lado da mãe.

Uma semente se torna movimento

As "Sextas-Feiras para o Futuro" foi uma ideia apresentada há mais de três anos pela ativista sueca Greta Thunberg, presente em Glasgow esta semana.

Um pequeno protesto simbólico diante do Parlamento sueco se transformou em um movimento mundial, que atrai milhares de seguidores, e que tem como grande ponto de encontro as conferências do clima da ONU.

"Manifestações como esta pressionam as pessoas que têm o poder", afirmou a ativista ugandesa Vanessa Nakate, uma das estrelas da geração de ativistas.

A mensagem de Greta e Vanessa é seguida por jovens em muitos países e vários deles estão em Glasgow.

A presidência britânica da COP26 organizou cada dia das duas semanas de evento como jornadas temáticas.

As mensagens alarmantes sobre a saúde do planeta preocupam os adolescentes, alertam especialistas. Um fenômeno que aumentou com a pandemia covid-19.

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A ONU publicou em outubro uma grande pesquisa com os países do G20, ou seja, as 20 principais economias do planeta, da qual participaram mais de 300 mil jovens menores de 18 anos.

Enquanto para 65% dos adultos as mudanças climáticas são uma grande urgência, no caso dos menores de 18 anos o percentual sobe para 70%.

E também em outubro aconteceu um evento de preparação para a COP26 em Milão (Itália), dedicado a ouvir as preocupações dos jovens.

O documento de 50 páginas inclui proposta para a transição energética, financiamento ou participação cidadã.

O Acordo de Paris de 2015, que a COP26 deve agora reforçar e desenvolver, tem como objetivo comum impedir que o aquecimento do planeta supere 2ºC.

De modo ideal, a temperatura não deve subir mais que 1,5°C.

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