Acusado pela promotoria francesa de trancar seu comandante fora da cabine de controle e de provocar, intencionalmente, a queda do voo 9525 da Germanwings, na terça-feira (24), o copiloto Andreas Lubitz, de 28 anos, foi condecorado em 2013 pela FAA (Federal Aviation Administration), órgão americano de aviação.
De acordo com portal Heavy.com, Lubitz foi incluído pela agência no Airmen Certification Database, reservado a pilotos que atingem uma série de padrões de qualidade.
Mas, quatro anos antes da condecoração, quando ainda era um trainee, o copiloto chegou a se afastar das aulas para tratar de depressão. A informação foi confirmada por Carsten Spohr, CEO da Luftansa, empresa que mantém a Germanwings.
Segundo o jornal Frankfurter Zeitung, a mãe de um colega de classe de Lubitz afirmou que ele teria tido talvez uma síndrome de Burnout (depressão grave, em que há também esgotamento físico). Ela elogiou o copiloto e disse não acreditar que Lubitz tenha planejado o acidente.
— Posso imaginar a coisa toda [o fato de Lubitz ter provocado a queda] como uma reação instintiva.
Segundo o Bild, apesar da condecoração, o copiloto não tinha grande experiência em voos comerciais. Lubitz começou a pilotar aos 14 anos, após se filiar ao aeroclube da cidade de Montabaur, mas tinha apenas 630 horas de experiência — em companhias americanas, por exemplo, copilotos precisam ter ao menos 1.500 horas.
Montabaur, entre Colônia e Frankfurt, era ainda a cidade onde Lubitz vivia. De acordo com o jornal britânico Daily Telegraph, ele morava com os pais e com a namorada, em uma casa na zona sul da pequena cidade. Também tinha Düsseldorf.
Nesta quinta-feira (26), a polícia fez buscas na casa do copiloto, em busca de evidências que possa ajudar a explicar a queda da aeronave. O caso segue em investigação.