Em meio a protestos, outros dois casos de estupro de crianças são revelados na Índia
Menina foi violentada e abandonada, e menino foi internado vítima de sodomia
Internacional|Do R7, com agências internacionais
Uma menina de cinco anos vítima de estupro foi abandonada pelos pais em um hospital na Índia, segundo o que foi revelado hoje em meio a violentos protestos sobre o modo como o governo vem lidando com os casos de violência sexual no país.
A revelação foi feita por uma líder da oposição, Sushma Swaraj, depois que ela foi ao hospital Nova Délhi para visitar outra garota de cinco anos, que havia sido abandonada à beira da morte depois de ser sequestrada, estuprada e torturada.
Ela foi transferida para lá na quinta-feira passada (18), vinda de uma instituição local e em estado crítico.
O médico superintendente do hospital, D.K. Sharma, disse hoje que o estado da menina é estável, já que ela apresentava melhora e respondia bem ao tratamento. A menina havia desaparecido no dia 15 de abril, e foi encontrada por vizinhos dois dias depois ao ser ouvida chorando em um quarto trancado, localizado no mesmo prédio em que ela morava com a família, em Nova Délhi.
Ela havia sido brutalmente atacada, e foi encontrada sozinha. Um homem de 24 anos suspeito de envolvimento no caso foi preso ontem em Bihar, e está sendo interrogado pela polícia de Nova Délhi.
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A revelação destes novos casos acontece quatro meses depois de uma jovem ser estuprada coletivamente dentro de um ônibus na capital, o que provocou indignação em todo o país a respeito dos maus-tratos sofridos pelas mulheres indianas.
Pelo segundo dia consecutivo, manifestantes se reuniram em frente às delegacias para protestar sobre denúncias de que a polícia teria ignorado as queixas dos pais da última vítima. Os oficiais estão sendo acusados de demora na investigação do desaparecimento da menina, e de ter também oferecido 2.000 rúpias (cerca de R$ 75) para que a família ficasse em silêncio.
Cerca de cem pessoas ligadas ao partido Bharatiya Janata protestaram em frente à casa da líder do partido do congresso, Sonia Gandhi. Eles pediam que o governo garanta a segurança das mulheres e meninas da cidade. Além disso, eles solicitavam o desligamento do chefe de polícia de Délhi da instituição, e a demissão dos policiais acusados no caso de omissão.
A polícia estima ter detido mais de 50 manifestantes. Eles foram presos quando tentavam derrubar barricadas colocadas na rua onde mora Sonia Gandhi, e liberados algumas horas depois. As autoridades também impuseram restrições a reuniões com mais de quatro pessoas na principal avenida de Nova Délhi, depois que foi divulgado que um grupo de estudantes de uma universidade planejava um protesto.
Os jornais divulgaram que a líder da oposição Sushma Swaraj deixou o hospital depois de visitar a pequena vítima, e dizendo: “Vi outra criança de cinco anos no quarto ao lado”.
— Ela também foi vítima de estupro. Foi encontrada abandonada no campus de uma faculdade. Ela diz que seu pai é puxador de riquixá (transporte típico indiano). Ela sente falta da mãe, mas não quer voltar para casa.
Sushma ainda fez outra revelação chocante.
— Os médicos me disseram que há poucos dias eles deram alta a um menino que havia sido vítima de sodomia. Acredito que deveríamos enforcar esses criminosos e salvar nossas crianças.
Uma menina de 11 anos também está internada no hospital, depois de ter sofrido diversos ferimentos internos ao ser estuprada coletivamente em agosto do ano passado.
O primeiro ministro Manmohan Singh pediu mudanças no tratamento das mulheres na Índia, onde tem havido um debate inflamado a respeito dos maus-tratos sofridos pelas mulheres indianas, desde o estupro coletivo de dezembro do ano passado.
“O ataque abominável sofrido pela menininha alguns dias atrás nos lembra mais uma vez de que precisamos trabalhar juntos a fim de extirpar este tipo de aberração de nossa sociedade”, disse ele.
O espancamento e estupro coletivo da jovem no ônibus provocou indignação e estimulou o governo a aprovar leis mais duras para crimes contra mulheres. Isto incluiria pena de morte em casos de reincidência ou de estupros que levem as vítimas à morte.
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