Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Equipe da ONU constata uso de armas químicas na Síria

Comissão não revelou se foram as tropas governamentais ou forças rebeldes quem usaram o armamento

Internacional|Do R7

Rebeldes sírios conversam em uma rua destruída de Aleppo
Rebeldes sírios conversam em uma rua destruída de Aleppo

A comissão independente escolhida pela ONU para investigar o conflito na Síria constatou o uso de armas químicas na guerra que assola o país há dois anos e que matou mais de 80 mil pessoas. Apesar da afirmação, a equipe das Nações Unidas não confirmou quem teria utilizado o armamento, mas levantou a hipótese de que os dois lados do conflito tenham acesso a ele.

"Existem fundamentos razoáveis para crer que agentes químicos foram usados como armas", assinalou o último relatório da comissão, publicado nesta terça-feira (4) em Genebra, na Suíça, ressaltando que "os agentes precisos, os sistemas de distribuição e os autores não puderam ser identificados".

Desta forma, o relatório deixa claro que, apesar das "alegações" do uso de armas químicas por partes dos dois lados em conflito, "a maioria" delas acusando as forças governamentais, "é possível que grupos armados antigovernamentais possam ter acesso e usem armas químicas".

"No entanto, não há evidência contundente que esses grupos possuam este tipo de armas ou os imprescindíveis sistemas de distribuição", diz o texto, que ressalta que "não há evidências concretas" de que os grupos rebeldes disponham delas e que as tenham utilizado.


O conflito na Síria poderá provocar uma guerra regional?

Meninos de 14 anos viram "máquinas de matar"


Os membros da comissão — o brasileiro Paulo Sergio Pinheiro (presidente), a americana Karen Koning Abuzayd, a helvécia Carla del Ponte e o tailandês Vtit Muntarbhorn — consideram que, conforme a exacerbação do conflito, a possibilidade do uso de armas químicas é maior.

Neste aspecto, os analistas assinalam que o "perigo" do uso de armas químicas não está somente ligado ao governo, mas também a outros grupos "afins".


Com relação ao tipo específico de armas usadas, o relatório indica que a única maneira de identificar é analisando as mostras tomadas diretamente das vítimas ou dos lugares do ataque.

É por isso que a comissão faz uma chamada ao governo de Bashar al Assad para permitir a entrada do painel de analistas designado pela ONU para investigar o uso de armas químicas e que os mesmos possam desenvolver uma pesquisa que, paradoxalmente, o regime já solicitou.

Para os quatro enviados, o uso de agentes químicos mostra que o conflito "tem alcançado novos níveis de brutalidade" e que, pela primeira vez, constataram não somente o uso destas armas, mas que várias cidades ficaram sitiadas, com milhares de cidadãos sendo forçados a se deslocar.

"As forças governamentais e as milícias filiadas sitiaram sistematicamente cidades em todo o país, apanhando civis em suas casas ao controlar a distribuição de comida, água, remédios e eletricidade", citou o relatório.

A comissão reitera que ambos os adversários cometeram crimes de guerra e crimes contra a humanidade por não evitarem que os civis fossem vítimas de deliberados ataques e por terem cometidos assassinatos, estupros e torturas, entre outras barbaridades.

No entanto, os analistas deixam claro que "os estupros e abusos cometidos pelos grupos armados não-governamentais não alcançam a intensidade dos cometidos pelo governo e por suas milícias".

Finalmente, a comissão crucificou rotundamente "que a crescente disponibilidade de armas tem um custo humano" e lembrou que "as transferências de armas intensificam o risco do país, o que se traduz em mais civis mortos e feridos".

Atualmente, um terço da população síria, 6,8 milhões de pessoas, necessitam de ajuda para sobreviver, sendo que 1,6 milhão residem como refugiados nas nações vizinhas e 4,2 milhões sobrevivem como deslocados internos no interior do país.

Segundo a apuração da ONU, em 26 meses, o conflito sírio causou a morte de mais de 80 mil pessoas.

Putin diz que mísseis S-300 ainda não foram enviados para Síria

O presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que os mísseis antiaéreos S-300 ainda não foram enviados ao regime sírio de Assad.

"O contrato para o fornecimento dos S-300 à Síria ainda não se executou", informou Putin na entrevista coletiva transmitida ao vivo pela televisão pública russa ao término da cúpula Rússia-União Europeia realizado na cidade de Yekaterimburgo.

O chefe do Kremlin desmentiu desta maneira as afirmações de Assad, que anunciou na semana passada que Damasco já tinha recebido os sistemas antiáereos russos.

Além disso, Putin advertiu que uma interferência militar na Síria estaria condenada ao fracasso.

— Qualquer tentativa de influenciar na situação pela força, com uma ingerência militar direta, está condenada ao fracasso.

O presidente lamentou a decisão da UE de retirar o embargo de armas para a oposição síria e acrescentou que uma ação externa no país árabe "causaria irremediavelmente graves consequências humanitárias".

O que acontece no mundo passa por aqui

Moda, esportes, política, TV: as notícias mais quentes do dia

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.