O Serviço de Inteligência dos Estados Unidos interceptou uma conversa telefônica entre uma autoridade do Ministério da Defesa da Síria e um diretor da unidade de armas químicas, de acordo com a revista Foreign Policy. Na ligação, a autoridade pedia "respostas sobre um ataque com um agente neurotóxico que matou mais de mil pessoas", após o suposto ataque químico da semana passada.
Segundo a publicação, a conversa gravada seria a principal razão pela qual o governo americano afirma estar certo de que os ataques de quarta-feira (21) foram obra do regime do presidente Bashar Al Assad.
No entanto, ainda há muitas questões não resolvidas sobre o ataque. Mesmo que a conversa prove que forças do governo utilizaram armas químicas nos subúrbios de Damasco, o verdadeiro responsável ainda está longe de ser revelado.
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Entre as possibilidades estão a de que um oficial sírio tenha ultrapassado os limites e ordenado o uso de armas químicas sem o consentimento de Assad, mas o presidente também pode ter tido ciência e comandado o ataque.
Uma equipe de inspetores das Nações Unidas, que está investigando o possível uso de armas químicas, deve concluir seu trabalho em quatro dias, declarou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, nesta quarta-feira (28).
— Depois, os especialistas deverão realizar análises científicas e, em seguida, faremos um relatório ao Conselho de Segurança a fim de empreender as ações que forem julgadas necessárias.
Os Estados Unidos descartam uma ação militar unilateral contra a Síria, mas estão discutindo com os aliados sobre potenciais ataques punitivos pelo uso de armas químicas.
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"O regime sírio é responsável pelo uso de armas químicas no dia 21 de agosto perto de Damasco, não há dúvida", declarou o porta-voz do presidente americano Barack Obama, Jay Carney, que prometeu divulgar um relatório de inteligência provando a utilização desse tipo de armamento até o final da semana.
Por sua vez, o regime sírio declarou que o país se defenderá em caso de ataque.
"Temos duas opções: nos render, ou nos defender (...) A segunda alternativa é a melhor", afirmou o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mouallem.
— Temos meios de defesa que vão surpreender.
Segundo ele, uma intervenção militar "servirá aos interesses de Israel e, em segundo lugar, da Frente Al-Nosra", grupo armado jihadista que combate ao lado dos rebeldes e que defende uma aliança com a Al-Qaeda.