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Ataque à Síria começa a se desenhar, enquanto regime promete se defender

Obama pensa em um ataque limitado, que, provavelmente, não vá durar mais de dois dias

Internacional|Do R7

Um ataque contra o regime sírio, acusado de ter utilizado armas químicas em sua guerra contra os rebeldes, parecia iminente nesta terça-feira (27), com Washington e seus aliados preparando o terreno para uma ação militar contra Damasco, que prometeu se defender.

"O regime sírio é responsável pelo uso de armas químicas no dia 21 de agosto perto de Damasco, não há dúvida", declarou o porta-voz do presidente americano Barack Obama, Jay Carney, que prometeu divulgar um relatório de inteligência provando a utilização desse tipo de armamento até o final da semana.

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Antes, o secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, indicou que seu país havia "posicionado elementos para ser capaz de atender a qualquer opção escolhida pelo presidente" Obama. "Estamos preparados", completou.

Segundo a imprensa americana, Obama pensa em um ataque limitado, que, provavelmente, não vá durar mais de dois dias, segundo o Washington Post. Já o New York Times também fala de uma possível operação limitada, com disparos de mísseis de cruzeiro a partir de navios americanos no Mediterrâneo, sem o objetivo de derrubar o presidente Assad.

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O objetivo não é mudar a relação de forças entre os rebeldes e o regime, mas "dissuadir" o presidente sírio de recorrer novamente às armas químicas e de "degradar" sua capacidade de efetuar tais ações no futuro, de acordo com autoridades americanas.

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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, também afirmou que uma intervenção desse tipo teria como objetivo "reduzir as capacidades de utilização" de armas químicas do regime.

Mais cedo, Londres indicou que o Exército britânico se prepara para a eventualidade de uma ação militar, ressaltando também que o Reino Unido "não tenta derrubar" o regime sírio. Cameron convocou o Parlamento para uma votação na quinta-feira (29) sobre "a resposta do Reino Unido a ataques com armas químicas".

A França se declarou "preparada" para intervir militarmente na Síria ao lado de seus aliados para "punir" o regime sírio, acusado de ter atacado com gases tóxicos a sua população. O presidente François Hollande disse que tomará sua decisão "nos próximos dias".

Uma questão de dias

A oposição síria também indicou que se trata de uma "questão de dias", segundo Ahmad Ramadan, membro do comitê político da Coalizão Opositora, com sede na Turquia.

Ele revelou "encontros entre a Coalizão, o Exército Sírio Livre (rebelião) e os países aliados durante os quais são discutidos eventuais alvos", incluindo aeroportos, bases militares e depósitos de armas.

O regime insistiu que seu país se defenderá em caso de ataque.

"Temos duas opções: nos render, ou nos defender (...) A segunda alternativa é a melhor", afirmou o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mouallem. "Temos meios de defesa que vão surpreender".

Segundo ele, uma intervenção militar "servirá aos interesses de Israel e, em segundo lugar, da Frente Al-Nosra", grupo armado jihadista que combate ao lado dos rebeldes e que defende uma aliança com a Al-Qaeda.

Ele também "desafiou" aqueles que querem atacar a Síria "a mostrar o que têm como provas" relacionadas a um eventual uso de armas químicas pelo regime.

Principal aliado da Síria, Moscou alertou que uma intervenção militar terá consequências "catastróficas" para os países do Oriente Médio e da África do Norte. Um vice-ministro russo chegou a acusar o Ocidente de agir "como um macaco com uma granada".

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O Irã, outro aliado de Damasco, advertiu que uma ação militar ameaçaria "a segurança e a estabilidade da região".

Já a Arábia Saudita, um apoio de peso dos rebeldes, pediu uma ação "firme e séria" contra o regime, enquanto a Liga Árabe acusou Damasco de ter efetuado o suposto ataque com armas químicas.

Israel prometeu uma resposta "violenta" se Damasco atacar o território israelense.

Enquanto autoridades militares dos países ocidentais e da região estavam reunidas em Amã para discussões a respeito "de cenários" possíveis sobre a Síria, um alto funcionário jordaniano afirmou que seu país não será uma "rampa de lançamento" para uma intervenção militar.

Habitantes de Damasco vivem com medo

O jornal do Vaticano, l'Osservatore Romano, lamentou que diversos atores se preparem para uma ação armada sem mesmo esperar os resultados da investigação da ONU sobre um eventual uso de armas químicas.

Especialistas da ONU investigam em território sírio essas alegações de ataques que, segundo a oposição, mataram centenas de pessoas no dia 21 de agosto em Moadamiyat al-Sham e em Ghouta Oriental, duas regiões controladas pelos rebeldes a oeste e a leste de Damasco.

Apesar dos tiros contra seu comboio, eles foram na segunda-feira (26) a Muadamiyat al-Sham, onde realizaram uma coleta produtiva de provas, de acordo com a ONU.

Eles deveriam retomar seu trabalho na terça-feira, mas sua missão foi adiada para quarta, devido, segundo Mouallem, à ausência de garantias por parte dos rebeldes sobre sua segurança. Mas os insurgentes negaram essas acusações.

Em Damasco, as declarações sobre uma intervenção militar iminente amedrontaram a população.

"Eles vão atacar Mazzé, tenho certeza. É um alvo importante", afirmou Jihane, uma mulher que mora perto do aeroporto militar de Mazzé, o maior da Síria.

"Levei minha mulher ao mercado e ela comprou muita carne, tomates, pão e macarrão", disse o vendedor Malek.

Diante dos temores de uma escalada da violência, Wall Street abriu em forte baixa nesta terça-feira: o Dow Jones perdia 0,43% e o Nasdaq, 0,81%.

As bolsas do Golfo também registravam forte baixa, com o índice de Dubai perdendo mais de 7% e o da Arábia Saudita caindo mais de 4%.

A cotação do petróleo registrava forte alta em Nova York, já que uma eventual intervenção na Síria pode desestabilizar toda a região, uma importante área produtora.

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