Evidências apontam para sequestro de avião da Malaysia Airlines, diz especialista americano
Três fortes indícios indicam que aeronave foi tomada por alguém com conhecimentos de voo
Internacional|Do R7
O misterioso desaparecimento do avião da Malaysia Airlines completa dez dias nesta segunda-feira (17) e a cada dia crescem os indícios de que o avião foi sequestrado.
Um especialista em segurança aérea listou três fortes indícios de que o avião foi tomado por alguém com amplos conhecimentos de voo, segundo informações da agência de notícias Associated Press.
Transponder
A primeira pista é o desligamento do transponder do avião — um sistema de sinal que identifica a aeronave para os radares — cerca de uma hora após a decolagem vôo.
Para desligar o aparelho, uma pessoa teria que entrar na cabine, girar e pressionar ao mesmo tempo um botão com diversas funções até a posição off (desligado). O procedimento é algo todo piloto saberia fazer, mas que também poderia ser aprendido por qualquer pessoa que fizesse uma pesquisa na internet, explica John Goglia, um ex-membro do Conselho Nacional de Segurança no Transporte dos Estados Unidos.
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No sábado (15), o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, declarou que investigadores acreditam "com alto grau de certeza" que os sistemas de transmissão de dados do Boeing 777 "foram desativados manualmente", o primeiro pouco antes de sobrevoar a costa oriental da península e o segundo entre a Malásia e o Vietnã.
— É extremamente fácil desconectar o transpônder [transmissor/receptor automático].
Acars
Outra evidência de que o avião foi sequestrado é que a Acars (Aircraft Communications Addressing and Reporting System), uma ferramenta que permite aos computadores do avião “conversar” com os computadores em solo, retransmitindo informações do voo sobre o funcionamento da aeronave, também foi desligada em pleno voo.
O sistema é usado para enviar mensagens curtas através de um satélite ou rádio para a base de operações da companhia aérea e é dividido em duas partes, uma que mostra informações do sistema e outra que transmite tais informações.
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A parte que mostra informações do sistema foi desligada pouco antes do transponder, com um procedimento que pode ser aprendido na internet. Já a parte de transmissão permaneceu ligada e a forma de desligá-la é algo normalmente desconhecido até mesmo pelos pilotos.
Foram os dados emitidos por este dispositivo de transmissão que mostraram que a aeronave teria voado por mais quatro horas após sumir dos radares.
Voo rastreado
A terceira indicação de serquestro é que, após o desligametno do transponder, radares civis perderam completamente o sinal da aeronave, porém, radares militares continuaram a receber sinas do avião, enquanto este mudava de rota e virava para o oeste.
O Boeing foi monitorado por algum tempo, até sair do alcance dos radares militares. Para seguir tal rota, seria necessário um amplo conhecimento de voo, por isso investigadores estão cada vez mais focados na possibilidade de que ele foi conduzido para fora de sua rota pelo piloto ou pelo copiloto, ou por outra pessoa a bordo com conhecimento técnico suficiente para pilotar uma grande aeronave comercial.