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Cinco dias após a passagem do tufão Haiyan, as ruas de Tacloban, a
cidade filipina mais afetada, parecem uma zona de guerra. Corpos das
vítimas permanecem nas ruas, saques estão se tornando generalizados e o
atendimento aos feridos é bastante precário, em especial aos mais de 80
bebês que nasceram desde a passagem do tufão.
Leia mais a seguir
Texto: Do R7, com BBC Brasil e agências
13.11.2013/John Javellana/Reuters
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O Centro Médico Regional do Leste de Visayas continua sendo o único
recurso para a maioria dos sobreviventes. O
outro hospital local que continuou em pé é particular.
"Nossos
problemas imediatos são imensos", disse o médico Alberto de Leon,
diretor do hospital público. Ele próprio quase foi morto pela gigantesca
ressaca marítima causada pelo tufão na cidade de 220 mil habitantes.
Na
entrada do hospital, ao lado de uma placa solicitando que cadáveres
sejam encaminhados diretamente para o necrotério, um cartaz improvisado
cita as necessidades mais urgentes: um gerador, água potável, oxigênio,
gás de cozinha, remédios e mão-de-obra.
Para atender a todos os recém-nascidos, uma capela foi transformada em hospital (foto)
13.11.2013/John Javellana/Reuters
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Já no hospital público de Tacloban, um único gerador,
alimentado a gasolina, fornece toda a energia. Resta aos pacientes
suarem nos corredores escuros à espera de atendimento para uma vasta
gama de ferimentos causados pela inundação marítima, que arrastou
destroços com grande força.
Também não há como evitar que os corpos de 18 vítimas se decomponham no necrotério.
"Estou preocupado de que os recém-nascidos contraiam infecções hospitalares", disse De Leon, diretor do centro médico.
— Os cadáveres no fundo podem ser uma fonte [de contaminação]
13.11.2013/John Javellana/Reuters
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Muitos
dos 80 bebês nascidos no hospital desde o tufão foram prematuros porque
o trauma induziu as mães a entrarem em trabalho de parto.
A
falta de recursos é tamanha que um dos bebês só é mantido vivo graças à
avó que, apesar da exaustão, continua bombeando manualmente ar para os
frágeis pulmões do bebê.
Acima, mãe amamenta filho dentro de capela transformada em centro médico
Leia mais sobre os bebês de Tacloban
John Javellana/Reuters
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O Haiyan, que provocou ventos de mais de 300 km/h, foi considerado um dos tufões mais fortes da história
13.11.13/REUTERS/Edgar Su
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Em Tacloban, faltam comida e água, e crescem os casos de saques a lojas e supermercados
13.11.13/REUTERS/Edgar Su
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Corpos de vítimas permanecem nas ruas, em meio aos escombros de casas derrubadas pelo vento
13.11.13/REUTERS/Bobby Yip
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O congressista local Martin Romualdez disse à BBC que a tempestade provocou devastação na cidade.
Segundo ele, os moradores da região estão "perdendo a esperança"
13.11.13/REUTERS/Edgar Su
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Segundo reportagem da agência de notícias Reuters, os saques se disseminaram e os sobreviventes entraram em pânico por
causa da falta de água, comida e remédios. Alguns desenterravam o
encanamento em busca de água
13.11.13/AFP PHOTO/PHILIPPE LOPEZ
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Acima, shopping que foi inundado durante o tufão e, de acordo com testemunhas, foi saqueado em seguida
13.11.2013/Aaron Favila/AP
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Inicialmente se estimou que até 10 mil pessoas tivessem morrido somente
em Tacloban, mas o presidente do país, Benigno Aquino, disse que o
número pode ter sido exagerado e afirmou que o total de mortos não deve
passar de 2.500
13.11.13/AFP PHOTO/PHILIPPE LOPEZ
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Segundo a ONU, mais de 11 milhões de pessoas foram afetadas pelo tufão, e quase 700 mil estão desabrigadas
13.11.13/REUTERS/BOBBY YIP
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Martin Romualdez pediu urgência nos esforços de resgate e recuperação,
tanto das autoridades locais quanto de organizações internacionais que
estão chegando ao país
13.11.13/AFP PHOTO/NOEL CELIS
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Ele diz que muitos alimentos, remédios e equipamentos têm chegado à
região como ajuda humanitária, mas as dificuldades de distribuição têm
feito com que muitas pessoas necessitadas não recebam essa ajuda
13.11.13/REUTERS/John Javellana
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Segundo Romualdez, há um crescente sentimento de desespero e
desesperança entre os sobreviventes, que tentam deixar a cidade para
trás a todo custo
13.11.13/AFP PHOTO/JAY DIRECTO
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O congressista disse que algumas áreas foram completamente destruídas e comparou a destruição à explosão de uma bomba atômica
13.11.13/REUTERS/Romeo Ranoco
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Para ele, ninguém poderia ter imaginado a dimensão e a força de destruição do supertufão
Leia mais: Ruas estão cheias de cadáveres após passagem de tufão nas Filipinas
13.11.13/AFP PHOTO/PHILIPPE LOPEZ