Ao menos 12 prédios foram incendiados em Ferguson, no Estado norte-americano do Missouri, em uma onda de protestos após um júri ter decidido não indiciar um policial branco que matou a tiros um adolescente negro desarmado em agosto, informou a polícia
AP
Veículos incendiados, janelas e veículos destruídos, saques e sons de tiros tomaram a avenida West Florissant de Ferguson e seus arredores, após o anúncio da decisão judicial. Essa avenida também concentrou os distúrbios raciais que ocorreram em agosto pela morte de Brown
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Os manifestantes denunciaram que os agentes reprimiram o protesto com gás lacrimogêneo, mas a polícia do condado de Saint Louis garantiu, através do Twitter, que só utiliza "fumaça" para dispersar as pessoas
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A cidade de Ferguson, situada nos arredores de Saint Louis, está em alerta máximo, com o FBI e a Guarda Nacional preparados para intervir. Até o momento, aconteceram alguns confrontos entre policiais e manifestantes, com consequências para os estabelecimentos comerciais e carros estacionados nas proximidades.
A família do jovem manifestou "sua profunda decepção", por meio de um comunicado, após saber da decisão. No entanto, pediu que os manifestantes evitassem os distúrbios, ao afirmar na nota que "responder a violência com violência não é a resposta"
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O chefe de polícia do condado de St. Louis, Jon Belmar, disse ainda que ele pessoalmente ouviu cerca de 150 tiros durante a noite de protestos, saques e confrontos entre manifestantes e a polícia
EFE
O presidente Barack Obama lembrou o desejo dos familiares do jovem em um discurso não programado na Casa Branca, no qual pediu calma e "contenção" a manifestantes e agentes.
"Nos próximos dias — os agentes — terão que trabalhar com a comunidade, não contra a comunidade".
"Terão que distinguir o núcleo reduzido de pessoas que talvez use a decisão do grande júri como uma desculpa para a violência", afirmou o presidente
Reteurs
Ao menos 29 pessoas foram detidas, de acordo com a polícia. Apesar de não haver relatos de ferimentos graves, o chefe de polícia disse que os distúrbios de segunda-feira (24) à noite e madrugada de terça foram "muito piores" do que as manifestações que ocorreram logo após a morte de Michael Brown, de 18 anos, ao ser baleado pelo policial Darren Wilson
EFE
Os protestos não acontecem apenas em Ferguson, mas se estendem por Nova York, Chicago, Los Angeles, Washington D.C., Oakland (foto) e outras grandes cidades do país
Darren Wilson, o policial branco que matou o jovem negro Michael Brown no mês de agosto na cidade de Ferguson, nos Estados Unidos, seguirá livre e não será formalmente acusado depois que o grande júri concluiu que não há provas suficientes para imputá-lo, anunciou o promotor do condado de Saint Louis, Robert McCulloch
Após ouvir a versão de 60 testemunhas, o grande júri decidiu que não existe "causa provável" para acusar o agente. Wilson disparou várias vezes contra o jovem de 18 anos, que estava desarmado, em circunstâncias que ainda não foram esclarecidas