Jovem israelense sequestrada com cachorrinha conta que alimentou pet com restos de comida

A tutora e a cadela, da raça shih tzu, ficaram quase dois meses em um cativeiro dos terroristas do Hamas na Faixa de Gaza

06/12/2023 - 16h48 (Atualizado em 20/04/2024 - 04h31)

Mia Leimberg ressurgiu, após quase dois meses de cativeiro em Gaza, segurando Bella, sua shih tzu, nos braços — um dos momentos mais surpreendentes do período de cessar-fogo de uma semana entre Israel e os terroristas do Hamas, que terminou na última sexta-feira (1º).

"Quando estávamos lá, tivemos que alimentá-la com nossas sobras — sim, estou falando de você, Bella", disse Mia, de 17 anos, olhando para a cachorrinha branca em seus braços. “E tivemos que garantir que ela não corresse solta onde estávamos. Tivemos que segurá-la para que ela não explorasse e incomodasse ninguém lá.”

Mia e sua mãe, Gabriela, estavam visitando familiares no kibutz Nir Yitzhak quando foram feitas reféns pelo Hamas, durante o ataque terrorista de 7 de outubro ao sul de Israel, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.

A mãe, a filha, a tia e o cão foram libertados como parte de uma troca por prisioneiros palestinos, mas seu tio e o companheiro de sua tia permanecem em cativeiro.

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"Foi difícil. Eu segurei ela [Bella] até lá. Foram 4 quilos a mais. E eu tive a sorte de ter conseguido cuidar dela durante toda aquela situação e trazê-la de volta", disse Mia, já em casa, em Jerusalém, em sua primeira entrevista à mídia.

Descrições do cativeiro do Hamas começaram a surgir com a volta de parte dos reféns israelenses. Alguns deles descreveram bairros “sufocantes”, sem acesso a medicamentos e com escassez de alimentos. As crianças relataram ter recebido ordens para que se mantivessem sempre quietas.

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“Felizmente para mim, Bella é diferente de todos os outros cachorrinhos que conheço pessoalmente, ela é bastante quieta, a menos que esteja brincando ou brava”, disse Mia. "Se eles a considerassem um incômodo, acho que não teriam me deixado ficar com ela, com toda a honestidade."

Muitos animais de estimação foram mortos ou desapareceram durante a violência dos terroristas do Hamas.

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O pai de Mia, Moshe, disse que procuraram por Bella durante as semanas de cativeiro de sua família. No dia da libertação, ele ficou surpreso ao saber que a filha saiu segurando a cachorrinha.

Ele descreveu com mais detalhes o que sua filha passou para manter Bella. Mia escondeu a cadela sob o pijama enquanto eles eram colocados em um veículo que saía do kibutz.

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“Então eles os levaram para túneis... Ela estava com a cadela o tempo todo”, disse Moshe. “Quando saíram do túnel, tiveram que subir uma escada, foi então que o pessoal do Hamas percebeu que não era uma boneca, era uma cachorrinha viva e respirando.”

"Seguiu-se uma pequena discussão, e foi decidido permiti-la ficar com a cadela em vez de deixá-la para trás", conta o pai.

Os sequestrados limpavam a sujeira da cachorrinha para evitar mau cheiro.

“Ela estava muito determinada a trazer a cachorrinha de volta, e uma das expressões que ela tem agora, sobre a cachorrinha, é ‘eu te amo até Gaza e de volta’.”

Mais de cem reféns foram libertados na trégua que terminou na última sexta-feira. Desde então, os combates foram reiniciados, e Israel retomou sua ofensiva militar contra o Hamas em Gaza.

Mia descreveu o cativeiro como uma experiência difícil, que “vai demorar um pouco para ser absorvida”. Mas ter Bella ao seu lado a ajudou. "Ela foi uma grande ajuda para mim. Ela me manteve ocupada. Ela foi um apoio moral."

A jovem disse que lutarão pela liberdade dos outros reféns, incluindo seu tio e o companheiro de sua tia.

“Sentimos falta deles todos os dias, e parece errado estar aqui sem eles”, disse ela. "Por mais que eu esteja feliz por estar de volta, ainda não terminamos."

Sorrisos e lágrimas marcam reencontro de reféns de terroristas do Hamas com familiares

Os últimos quatro dias foram de intensa emoção e alívio para várias famílias de pessoas sequestradas pelo grupo terrorista Hamas em solo israelense em 7 de outubro. Após cerca de 50 dias em cativeiro, mulheres e crianças puderam sorrir novamente ao reencontrar seus entes queridos

Avigail Edan, de 4 anos, conversa com os tios, tia Liron e tio Zuli, no Centro Médico Infantil Shneider de Israel. Os pais da menina foram assassinados pelos terroristas na casa da família, no kibutz Kfar Aza, e ela foi levada para Gaza

Avigail, que também tem cidadania americana, encontrou-se com a avó Shlomit na Base Aérea de Hatzerim, para onde os reféns são levados imediatamente após saírem de Gaza pela fronteira com o Egito

A família Brodetz se reuniu no hospital, após mais de 50 dias afastada. Na foto, o pai, Avihai, abraça o filho Yuval, de 11 anos

Yuval foi levado pelos terroristas junto com a mãe, Hagar, e dois irmãos, Ofri e Oriya

Shoshan Haran ao lado de Adi Shoham, de 38 anos, e seu filho Nave Shoham, de 8 anos. Os três foram libertados no sábado

Maayan Zin se reencontra com as duas filhas — Dafna Elyakim (15) e Ela Elyakim (8) — que haviam sido levadas pelos terroristas do Hamas em 7 de outubro. "Depois de um longo período em que vivi numa terrível incerteza, as minhas filhas finalmente estão comigo… As meninas estão retornando a uma situação nova e complexa, e agora temos um período de recuperação que levará tempo", afirmou a mãe

Solta no grupo de sábado, Sharon Hertzman Avigdori, de 52 anos, revê o filho, Omer, após chegar a solo israelense

Hila Rotem Shoshani, de 12 anos, abraça um tio no hospital. Ela foi solta sem a mãe, no que Israel considerou um descumprimento do acordo por parte dos terroristas do Hamas. A filha afirmou que as duas estiveram juntas até dois dias antes de ser solta e que a mãe estava em boas condições

A menina irlandesa-israelense Emily Hand, de 9 anos, abraça o pai, Thomas, após ser solta, no domingo (26)

A família Asher foi parte do primeiro grupo, solto na sexta-feira (24). A mãe, Doron (34) e as filhas, Raz e Aviv, de 2 e 4 anos, respectivamente, foram levadas por terroristas da casa da família, no kibutz Nir Oz, na manhã de 7 de outubro. O pai, Yoni, não estava na residência no momento

Também estavam no primeiro grupo a mãe e a filha Danielle Aloni, de 45 anos, e Emilia, de 5 anos. Elas se reencontraram com familiares ainda no hospital

Ohad Munder, que completou seu nono aniversário como refém em Gaza, foi uma das crianças libertadas no primeiro dia da trégua. No hospital, ele correu para os braços do pai

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