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Justiça prende 22 envolvidos em espionagem ilegal na Argentina

Caso, feito durante o governo de Maurício Macri, ficou conhecido como 'Super Mario Bros' e envolveu funcionários da Agência Federal de Inteligência 

Internacional|Do R7

O ex-presidente Maurício Macri foi denunciado no caso "Super Mario Bros"
O ex-presidente Maurício Macri foi denunciado no caso "Super Mario Bros"

A justiça argentina determinou, nesta terça-feira (30), a prisão de 22 envolvidos no escândalo de espionagem ilegal feito durante o governo do ex-presidente Maurício Macri. Na época, a agência de inteligência teria espionado jornalistas, empresários, políticos, e atores sociais.

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O juiz Federico Villena pediu a prisão de 22 pessoas, a maior parte delas da AFI (Agência Federal de Inteligência), por integrarem um esquema de espionagem ilegal. Segundo a decisão, Susana Mabel Mertinengo, coordenadora de documentação da Presidência, está entre as pessoas que tiveram a prisão decretada.

De acordo com a sentença do juiz, os envolvidos mapeavam e classificavam informações bastante abrangentes sobre seus alvos como "raça, fé religiosa, ações privadas, opinião política ou participação em organizações partidárias, sociais, sindicais, comunitárias, cooperativas e de assistência social, cultural ou trabalhista".


Além disso, também era observado e classificado "atividade jurídica que as vítimas exerceram em qualquer esfera de ação e/ou para influenciar a situação institucional, política, social e econômica na vida interna dos partidos políticos legalmente constituídos, na opinião pública, nas pessoas, na mídia ou em associações ou grupos legalmente constituídos".

Villena afirma que já existem provas suficientes para considerá-los suspeitos, e que a prisão é necessária para evitar qualquer tipo de intimidação a testemunhas e vítimas. Para o juiz, "se trata de uma organização criminosa com inserção nacional, estadual e municipal".


O caso

O ex-presidente Mauricio Macri foi denunciado após o maior caso de espionagem desde a redemocratização vir à tona. Quase 500 jornalistas, produtores, políticos e empresários foram seguidos de perto pelo serviço de inteligência durante o governo de Macri. A agência EFE chegou a denunciar que seus jornalistas estão na lista.


O caso ficou conhecido como "super Mario Bros" que era o nome do grupo de whats app onde as informações colhidas eram compartilhadas com o diretor de operações da AFI, Alan Ruiz. O grupo, segundo as denúncias, tinham até mesmo um apartamento alugado como central das operações.

A queixa foi aceita após um disco rígido ter sido encontrado como parte das tarefas de coleta de informações da agência de inteligência. No HD, foram encontrados traços digitais que mostram a conexão de dispositivos externos que armazenavam informações de inteligência sobre pessoas ligadas à atividade política.

O relatório do procurador federal Jorge di Lello dizia que as informações foram usadas para produzir inteligência ilegal, pois "não há registros no AFI de que essas tarefas tenham sido ordenadas por um juiz ou autoridade competente.

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