Centenas de manifestantes protestaram contra mortes de homens negros pela polícia em uma marcha ao longo de uma avenida de Chicago, nos Estados Unidos, na qual pediram que o prefeito Rahm Emanuel renuncie ao cargo e tentaram interromper compras de véspera de Natal em uma luxuosa área comercial da cidade.
O protesto era pacífico, mas depois de concluída a principal marcha, a polícia entrou em conflito com alguns manifestantes que tentavam bloquear a entrada de uma loja e interromper o tráfego nos dois sentidos da importante Avenida Michigan.
Durante a marcha, os manifestantes gritavam "dezesseis tiros e tudo abafado", protestando contra uma demora de um ano nas acusações de homicídio contra o policial Jason Van Dyke, que atirou e matou o adolescente negro Laquan McDonald em outubro de 2014, quando ele se afastava de viaturas policiais, como mostram imagens do incidente.
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Assassinatos pela polícia, principalmente de negros, provocaram protestos em algumas cidades norte-americanas no último ano e meio. O movimento "Vidas Negras Importam", envolvido em diversos protestos raciais, está chamando as manifestações desta quinta-feira (24) de "Natal Negro".
Chicago tem enfrentado protestos frequentes desde o final de novembro, quando a cidade divulgou o vídeo de Van Dyke, que é branco, atirando em McDonald, que tinha 17 anos.
Van Dyke, 37 anos, foi acusado de assassinato e está em liberdade depois de pagar fiança enquanto ainda não foi feita uma acusação formal.
Mais de 70% das 375 pessoas atingidas com tiros pela polícia em Chicago entre 2007 e 20014 eram negras. A população da cidade tem um terço de afro-americanos.