A chanceler alemã, Angela Merkel, fez nesta quarta-feira (26) uma visita ao centro de refugiados alvo de violência por parte de grupos neonazistas em Heidenau (leste do país) entre vaias de mais de 100 moradores.
Merkel, que na segunda-feira (24) rotulou de "repugnantes" estes ataques e qualificou de "vergonhosa" a participação de famílias com crianças nos protestos, se deslocou até este albergue para ver em primeira mão como está a situação, perante a sobrecarga destes centros pela chegada em massa de imigrantes e o aumento dos incidentes xenófobos.
"Preocupe-se primeiro com seus cidadãos", disse uma pessoa a Merkel quando entrava, entre fortes medidas de segurança, no centro de refugiados. Logo após descer do veículo oficial no qual chegou até o albergue de amparo, os moradores de Heidenau que a esperavam — gente de todas as idades, de aposentados a mães jovens com carrinhos — a vaiaram.
A chanceler entrou no centro sem fazer declarações, apesar da grande presença de meios de comunicação locais e internacionais, acompanhada pelo chefe do governo do estado da Saxônia, o democrata-cristão Stanislaw Tillich, e pelo prefeito de Heidenau, o também conservador Jürgen Optiz.
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Um forte desdobramento policial mantém isolado o antigo centro comercial de material de construção, que foi condicionado para receber até 600 refugiados e começou a operar no final da semana passada, gerando fortes protestos entre os moradores.
No fim de semana passado, centenas de manifestantes convocados pelo partido ultradireitista NPD protestaram diante do centro de refugiados de Heidenau e já de madrugada trataram de impedir pela força a entrada no local de um ônibus com peticionários de asilo. Este bloqueio gerou violentos enfrentamentos com a polícia, nos quais grupos de neonazistas lançaram "pedras, garrafas e petardos" contra os agentes, deixando mais de 30 feridos, um deles em estado grave, segundo informaram as forças de segurança alemãs.
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Os incidentes violentos em torno dos centros de amparo de peticionários de asilo estão se multiplicando nas últimas semanas na Alemanha, conforme dispara o número de refugiados que entram no país. Nos seis primeiros meses do ano, ocorreram cerca de 200 atos contra estes centros, segundo os números do Ministério do Interior, que inclui em sua apuração desde a disseminação de propaganda xenófoba a ataques incendiários como o que aconteceu na madrugada da segunda-feira em Nauen (leste do país).
A Alemanha revisou drasticamente em alta na semana passada o número de refugiados que espera receber no ano, cerca de 800 mil pessoas, quase quatro vezes mais do que no ano passado, quando registrou a maior afluência desde os anos 90.
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